Lethes põe convidados a interpretar poemas sem preconceitos

“Estou vivo e escrevo sol” é o título de um poema de António Ramos Rosa

“Estou vivo e escrevo sol”. É este o novo programa do Teatro Lethes, de Faro, que arranca na próxima terça-feira, 14 de Abril, e que consiste na interpretação de poemas por pessoas convidadas. Os primeiros temas são mamas e Matemática e os convidados Luís Vicente e Rogério Bacalhau. 

Este programa será emitido no Facebook do Teatro Lethes e da ACTA (A Companhia de Teatro do Algarve), todas as terças e sextas-feiras.

O objetivo é «manter os laços com o público», consistindo «na interpretação livre de alguns poemas por pessoas convidadas, e que contará com, quiçá, inesperadas propostas poéticas, positivas e otimistas».

O primeiro tema será sobre mamas («as vossas mamas, minhas senhoras, são o peito elevado ao estado de mistério!») e o segundo sobre Matemática (« às páginas tantas no livro de matemática/um quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma incógnita» – Millôr Fernandes).

Os convidados serão, respetivamente, Luís Vicente, ator, encenador e diretor da ACTA, e Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro e antigo professor de Matemática.

E porquê este nome para a iniciativa? É que “Estou vivo e escrevo sol” é o título de um poema de António Ramos Rosa, datado de 1966 e que a ACTA- A Companhia de Teatro do Algarve elegeu como epígrafe.

«Como é evidente, esta situação que estamos a viver é nova para todos nós e é absolutamente legítimo que cada estrutura mobilize os seus recursos para se manter em contacto com os seus públicos, nomeadamente postando vídeos de trabalhos já realizados. Porém, nós entendemos que deveríamos expandir a possibilidade de uma relação com os nossos públicos, com pessoas nossas amigas e amigos, convocado à participação», explica Luís Vicente.

«E, na circunstância, o poema do Ramos Rosa pareceu-nos premonitório para enquadrar esta ação. É preciso reagir à desgraça que nos está a acontecer de forma positiva, otimista, vitalista. Temos de a vencer! E se a vencermos, também pela poesia, decerto que nos tornaremos seres melhores! Acredito nisto como acredito que Estou vivo e escrevi sol», conclui.

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