GNR está nas estradas do Algarve sem baixar a guarda

Os portugueses estão confinados ao seu concelho de residência desde ontem, 9 de Abril

Pessoas que «tenham vindo de férias para o Algarve» a GNR não apanhou, mas condutores «sem justificação para circular», sim. Os militares da Guarda estiveram, esta sexta-feira, 10 de Abril, na fronteira entre os concelhos de Faro e Loulé, numa operação stop. Ações deste género estão a acontecer por todo o Algarve e no resto do país para fazer cumprir o Estado de Emergência durante a Páscoa.

Os portugueses estão confinados ao seu concelho de residência desde ontem, 9 de Abril. A pandemia da Covid-19 obrigou a tomar medidas mais drásticas que vigoram até às 24h00 de segunda-feira, 13 de Abril, no âmbito do Estado de Emergência. Saídas só com justificação válidas – e provas disso.

Hoje, das 10h00 até às 14h00, cerca de duas dezenas de militares estiveram numa operação stop, na EN125, sentido Loulé-Faro, junto à fábrica da Sumol. Todos os carros, exceto os de forças de segurança, transportes de bens de primeira necessidade e veículos de emergência médica, foram mandados encostar, incluindo autocarros.

À chegada, os militares, devidamente protegidos com viseiras, luvas ou máscaras, perguntavam: «qual é a razão para estar a circular entre os concelhos de Faro e Loulé?».

O Sul Informação acompanhou esta ação de fiscalização e constatou que a maior parte dos condutores tinha uma justificação válida para andar na estrada: fosse por questões profissionais ou de saúde.

 

 

Mas também houve casos de pessoas que não apresentaram, aos militares, nenhuma razão plausível para circular num tempo que devia ser de confinamento social.

Nestes casos, a GNR foi perentória: «essas pessoas foram mandadas para trás», explicou o capitão Paulo Anjos, comandante do Destacamento de Trânsito da GNR de Faro, ao Sul Informação. 

«Quem estiver a circular sem justificação, é notificado e não multado. Se forem apanhados outra vez, aí incorrem num crime de desobediência», acrescentou.

Isso aconteceu a «poucas pessoas» no Algarve, mas aconteceu. Além de condutores, o nosso jornal assistiu mesmo ao caso de uma pessoa, a circular num autocarro, que não apresentou justificação e também foi notificada.

Ficar em casa é, por estes dias, a palavra de ordem. Por isso, operações stop deste género estão a «ser feitas nos 16 concelhos, de Alcoutim a Vila Real de Santo António». Dentro dos municípios, os locais vão mudando e a GNR também tem estado presente no acesso ao Algarve pela A2.

 

 

«Estamos a fazer de forma alternada. A ideia é conseguirmos controlar e fiscalizar os principais acessos aos diversos concelhos. Vamos estar sempre distribuídos por vários pontos, em colaboração, por vezes, com a PSP», enquadrou o capitão Anjos.

Um pouco por todo o Algarve, disse este responsável, «temos tido casos de pessoas a serem mandadas para trás» depois de serem fiscalizadas.

No caso de Faro, o comandante garantiu que «não apanhámos ninguém que viesse de férias», mas, por estes dias, os militares não vão baixar a guarda. 

«A parte da sensibilização até já ficou um pouco mais para trás, estamos mais a fiscalizar, a atuar. No entanto, aconselhamos, na mesma, todas as pessoas a reduzir as suas deslocações ao mínimo», disse.

 

 

Certo é que se nota «um tráfego muito menor». «Costuma ser bem maior, nesta altura da Páscoa, o que mostra como as pessoas estão mais sensibilizadas», acrescentou.

Perto das 14h00, os cerca de 20 militares desmobilizaram. Ao serviço iam entrar outros colegas para uma nova operação stop num outro acesso ao concelho de Faro.

Será assim até ao final destas restrições de circulação entre municípios, que terminam às 24h00 de segunda-feira.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

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