Forças Armadas já estão nas escolas secundárias do Algarve para as desinfetar

Assistentes operacionais das escolas estão a receber formação para aprender a higienizar convenientemente os espaços

Escola Secundária Dr. Francisco Fernandes Lopes, em Olhão – Foto: Ana Madeira|Sul Informação

Uma equipa da Marinha começou ontem a fazer os primeiros contactos e a promover ações de sensibilização e formação junto dos funcionários das escolas secundárias do Algarve, tendo em vista a desinfeção e preparação dos espaços escolares para o regresso das aulas presenciais para alunos do 11º e 12º ano, que deve acontecer em Maio.

Esta quarta-feira, os especialistas das Forças Armadas estiveram nas Escolas Secundárias Tomás Cabreira, em Faro, e Dr. Francisco Fernandes Lopes, em Olhão. Hoje, os oito elementos da Marinha – dois do Grupo Controlo Infeção e uma equipa de descontaminação com seis elementos – estarão nas escolas Poeta António Aleixo, em Portimão, e Secundária de Loulé, nesta cidade.

Segundo explicou ao Sul Informação Alexandre Lima, delegado regional de Educação do Algarve, estas quatro escolas estão a receber «ações de sensibilização e demonstração dirigidas aos assistentes operacionais, para que estes estejam preparados quando os alunos retornarem à atividade letiva presencial e tenham condições e conhecimento de como devem agir».

«Existe um processo e um protocolo enorme de higienização de todos os espaços das escolas: das salas de aula, das casas de banho, dos locais de passagem, etc. É isso que as Forças Armadas estão neste momento a fazer nas escolas do país», acrescentou.

 




 

No Algarve, «o que as equipas das Forças Armadas estão a fazer é ir às escolas para tentar perceber a situação específica. Foi recolhido um ponto de contacto com as escolas, eles falam com a pessoa e tentam perceber a realidade do estabelecimento, nomeadamente se houve ou não algum caso, como é que estão as instalações, se está fechada há muito tempo ou não».

«Se considerarem que há necessidade de desinfeção, eles próprios a farão. Mas isto só se houver necessidade. Se uma escola está há mais de um mês fechada, vão desinfetar o quê? É por isso que fazem esta primeira abordagem. Não havendo necessidade, fazem apenas a demonstração. Explicam o processo e depois até vão a algum local para demonstrar na prática a desinfeção», ilustrou Alexandre Lima.

«Eles, quando chegam ao terreno, é que tomam a decisão. Sabem bem o que fazem, têm muita experiência nesta matéria», disse. Daí que delegado regional de Educação não saiba dizer, para já, quais serão as escolas que serão, efetivamente, desinfetadas no Algarve.

Certo é que  tudo será feito por fases. «Na primeira fase deste processo de sensibilização e demonstração, foram definidas cem escolas prioritárias em todo o país. No Algarve, há 12».

«Esta priorização atende a diversos critérios. Um deles é se houve alguém infetado. Outro tem a ver com a quantidade de pessoas infetadas no concelho, e há mais», disse o delegado regional de Educação algarvio.

Apesar de não conseguir apontar «de cor» quais são as escolas em causa, Alexandre Lima recordou que, ao todo, há 18 escolas secundárias no Algarve, distribuídas por 11 concelhos da região.

Uma dessas escolas, a Secundária Manuel Teixeira Gomes, em Portimão, onde era aluna a rapariga que foi o primeiro caso de Covid-19 confirmado no Algarve, já foi desinfetada pouco depois de ter sido encerrada – fecho que até aconteceu antes da suspensão do ensino presencial a nível nacional.

 

 

«Nós estamos a receber a calendarização quase para o dia. Eu, ontem [terça-feira], recebi o calendário para hoje [quarta-feira], hoje recebi para amanhã», acrescentou o responsável pela área da educação, no Algarve, explicando que este é um processo que está a ser conduzido pelas Forças Armadas.

No Algarve, além da equipa da Marinha que está a levar a cabo as ações nestas quatro escolas, também vão estar no terreno equipas do Regimento de Infantaria (RI) 1, de Beja, sob a tutela do qual está o destacamento de Tavira.

Na terça-feira, durante uma visita a Beja,  João Gomes Cravinho, ministro da Defesa Nacional, e Jorge Seguro Sanches, secretário de Estado da Defesa e também coordenador regional do combate à Covid-19 no Alentejo, visitaram esta unidade militar e a Base Aérea (BA) 11, ambas neste concelho.

Nesse dia, o coronel Correia Saraiva, comandante do RI 1, revelou que «já foi feito um levantamento das escolas onde intervir e definidas prioridades, tanto no Alentejo, como no Algarve».

A principal prioridade são as escolas secundárias de Moura, no Alentejo, e de Faro e Vila Real de Santo António, no Algarve. Numa segunda linha de prioridades, estão as duas escolas secundárias de Beja, a D. Manuel I e a Diogo de Gouveia.

Este não é, ainda assim, «um processo linear», avisou Alexandre Lima. «Se eles, no decurso desta avaliação que estão a fazer, identificarem que há uma mais prioritária que a outra, vão fazendo essa adaptação».

 

 

 

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