Costa admite levantar restrições a direitos coletivos dos trabalhadores

«Agora não é o momento para se dar o sinal errado, começando a aliviar as medidas»

O primeiro-ministro considerou que ainda é cedo para que o país comece a levantar as medidas de limitação à circulação por causa da Covid-19, mas admitiu eliminar restrições aos direitos coletivos dos trabalhadores.

Esta perspetiva foi transmitida por António Costa em entrevista à Rádio Observador, que foi conduzida pelos jornalistas Pedro Benevides e Rita Tavares e que teve a duração de cerca de 50 minutos.

Questionado sobre se há a possibilidade de começarem a ser levantadas algumas das medidas de restrição à circulação dos cidadãos a partir de sexta-feira, confirmando-se o cenário de o país renovar pela segunda vez o estado de emergência, o primeiro-ministro respondeu: «hoje é cedo».

«Mesmo quando começarmos a retirar as medidas, o que acontecerá sempre, inevitavelmente, é que o nível de contágio vai de novo aumentar», advertiu, adiantando que esse processo «deverá ser sempre gradual e progressivo» para garantir que a subida de novos casos da Covid-19 «nunca ultrapassa o limite daquilo que é controlável e aceite».

Em relação ao processo de previsível renovação do Estado de Emergência, o primeiro-ministro antevê que «algumas restrições institucionais em matéria de direitos coletivos dos trabalhadores serão provavelmente eliminadas».

«Relativamente àquilo que são as limitações à circulação e ao conjunto de atividades não antevejo para já qualquer alteração», disse.

Já na parte final da entrevista, o primeiro-ministro defendeu que «agora não é o momento para se dar o sinal errado começando a aliviar as medidas».

«Ainda não é o momento. Bem sei que hoje custa mais», referiu, numa alusão aos efeitos da fadiga psicológica.

Em relação ao próximo Verão, o primeiro-ministro afirmou que, para a economia portuguesa, «seria um dano imenso» se estes meses fossem passados condições mínimas para o funcionamento do turismo.

«Quero crer que, até ao Verão, a situação estará suficientemente controlada para podermos ter as férias e para as podermos gozar o melhor possível», considerou, antes de deixar um conselho.

«Planeiem as férias cá dentro, porque estamos sempre mais seguros cá dentro e menos sujeitos à incerteza», concluiu.

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