Algarve já tem 80 doentes recuperados da Covid-19

Há 320 casos em números acumulados desde o início do surto

São já 80 os doentes recuperados da Covid-19 no Algarve, anunciou esta manhã a delegada regional de Saúde, durante a conferência de imprensa semanal na sede do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve, em Loulé.

Ana Cristina Guerreiro disse ainda que a região algarvia tem, neste momento, em números acumulados desde o início do surto, 320 casos confirmados da doença.

Tendo em conta que há a registar, até agora, 11 óbitos (não houve nenhuma nova morte nesta semana), isso significa que o Algarve apresenta uma taxa de resolução muito superior ao resto do país. Qual a razão para esta situação aparentemente melhor da região algarvia?, quiseram os jornalistas saber.

A delegada regional de Saúde respondeu que há «pequenos contributos» para que isto esteja a acontecer. Em primeiro lugar, explicou, «nas grandes regiões é mais difícil conseguir, de uma forma rápida, saber o número de recuperados, são regiões com fontes de informação muito dispersas». Ou seja, mesmo a nível nacional, o número de doentes recuperados pode até ser superior do que o que se sabe.

«Pode também ter acontecido termos, aqui no Algarve, encontrado os doentes positivos mais cedo e que, portanto, eles não tenham desenvolvido a doença de forma tão grave» antes de começarem a ser acompanhados pelos serviços de saúde, acrescentou Ana Cristina Guerreiro.

Aquela responsável salientou também uma outra possível razão: «a boa articulação que temos com o centro hospitalar».

O que é facto, explicou, é que «somos uma região mais pequena, com fonte laboratorial muito próxima, por isso para nós é mais fácil ter acesso aos dados».

 

 

Na conferência de imprensa, a delegada regional de Saúde disse que, no Algarve, há «uma situação bastante cómoda» em termos de novos casos de Covid-19, já que, de dia para dia, «apenas se registam mais um ou dois».

Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, também presente na conferência de imprensa, corroborou que se vive «uma situação de estabilidade». «Temos agora 80 recuperados e esperamos que esse número aumente nos próximos dias».

Este responsável acrescentou que a Covid-19 «é uma doença prolongada, os doentes estão às vezes três semanas ou mais positivos», e depois, «só com dois testes negativos» é que são considerados curados. Ou seja, até que uma pessoa seja considerada recuperada, passa-se muito tempo.

Completando os números atuais da região (e ainda antes de ser conhecido o habitual boletim epidemiológico diário nacional da Direção-Geral de Saúde), a delegada regional de Saúde adiantou que, das pessoas que estão doentes, 21 estão internadas no hospital, quatro delas em unidade de cuidados intensivos.

Há igualmente 345 pessoas em vigilância ativa das autoridades de saúde, tendo já sido «testadas 9685 pessoas, com resultado negativo».

Quanto aos habituais focos de preocupação, e começando pelos lares de idosos, Ana Cristina Guerreiro anunciou «boas notícias para o lar de Boliqueime». Foram feitos novos testes a funcionários e residentes naquela estrutura e atualmente há «apenas 12 residentes positivos, dos quais 9 se mantêm no lar e 3 estão internados».

Até agora, no rastreio que o Algarve Biomedical Center tem estado a fazer a todos os lares de idosos da região e que já abrangeu 67,7% dos testes previstos, não foi ainda detetado mais nenhum caso de infeção por Covid-19 entre os utentes ou funcionários.

 

 

Quanto aos trabalhadores migrantes, do setor agrícola e não só, a delegada regional de Saúde garantiu que a situação está também controlada.

Em Tavira, há um grupo de «20 migrantes positivos», que integram até dois outros trabalhadores estrangeiros vindos de outros concelhos, nomeadamente «um de Silves e um de Albufeira», que foram deslocados para a ZAP de Santo Estêvão «por questões de nacionalidade e com o seu acordo».  Ao todo, estão ali confinados 19 migrantes de nacionalidade indiana e 1 nepalês.

Em Albufeira, há «uma pessoa positiva», que está confinada num hotel a isso dedicado, mais «um apartamento com oito migrantes, em isolamento profilático e sob vigilância» das autoridades de saúde.

Em Armação de Pêra, há uma «boa notícia: uma das pessoas que estava doente já está com dois testes negativos e vai voltar para casa», já recuperada. Quanto ao outro grupo, «há 5 pessoas positivas, em habitação própria e sob vigilância das autoridades de saúde».

Por seu lado, o presidente da ARS Algarve adiantou que, «dos 20 profissionais de saúde» que ficaram doentes com Covid-19, «4 estão já recuperados».

«Esperemos que o número de recuperados vá aumentando na próxima semana e comece a suplantar o número de casos novos», de forma a «entrarmos na fase decrescente da curva» [veja a figura acima], sublinhou Paulo Morgado.

No entanto, avisou, não se pode baixar a guarda, porque os números “bons” do Algarve têm «tudo a ver com as medidas que a população adotou» e que será preciso manter.

«A doença não desaparecerá tão cedo, vai ficar connosco durante muitos meses, até se encontrar cura, tratamento eficaz ou vacina», disse ainda.

«Estamos já a preparar a retoma de alguma atividade normal», que «há-de ser gradual, mantendo todos os cuidados para evitar novas infeções», admitiu Paulo Morgado.

Mas, avisou este responsável, «o futuro não vai ser igual ao passado, quer na sociedade, quer nos nossos serviços de saúde».

 

 

Nota: Gráficos fornecidos pela Comissão Distrital de Proteção Civil do Algarve

 

 

Ajude-nos a fazer o Sul Informação!
Contribua com o seu donativo, para que possamos continuar a fazer o seu jornal!

Clique aqui para apoiar-nos (Paypal)
Ou use o nosso IBAN PT50 0018 0003 38929600020 44




 

 

Comentários

pub