6000 idosos e trabalhadores dos lares já estão a ser testados no Algarve

Colheitas para testes de despistagem já começaram a ser feitos ontem, em Portimão

Visita aos laboratórios do Centro de Investigação em Biomedicina da UAlg – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Um total de 6000 pessoas, em lares e centros de dia do Algarve, abrangendo «idosos, quem lá trabalha e quem pode ir visitá-los» vão ser testados, ao longo das «próximas três a quatro semanas» anunciou hoje o diretor do Algarve Biomedical Center (ABC).

Nuno Marques falava durante a visita que esta manhã dois ministros – Ana Mendes Godinho, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, e Manuel Heitor, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – e uma secretária de Estado – Jamila Madeira, Adjunta e da Saúde – fizeram ao Departamento de Ciências Biomédicas e Medicina da Universidade do Algarve, no campus de Gambelas, Faro.

A visita, acompanhada por uma vasta comitiva, entre autarcas, membros do ABC ou do DCBM, o reitor e outros responsáveis da universidade, outros dirigentes regionais, jornalistas, começou precisamente pelos laboratórios do Centro de Investigação em Biomedicina (CBRM) da UAlg , onde estão já a ser analisadas as colheitas de despistagem à Covid-19 feitas aos utentes e funcionários dos lares de terceira idade do Algarve.

As colheitas, como anunciou Nuno Marques, diretor do ABC, começaram ontem, 31 de Março, num lar no concelho de Portimão.

Além disso, nesses mesmos laboratórios, o CBMR desenvolve também neste momento um meio líquido para a conservação de zaragatoas, utilizadas na testagem do novo coronavírus.

O ministro Manuel Heitor fez questão de «reconhecer o trabalho extraordinário, mesmo espetacular» que foi feito sob coordenação do ABC, no Algarve, «nos últimos dias». «Há aqui uma equipa única e inédita, que rapidamente implementou protocolos» para pôr tudo a funcionar.

O governante responsável pela pasta do Ensino Superior garantiu que este exemplo da universidade algarvia é para ser «propagado por todo o país», ao «replicar esta experiência» noutras academias, como Lisboa, Coimbra, Vila Real ou Bragança.

Nuno Marques, diretor do ABC, acrescentou que «sabendo que os idosos são os mais vulneráveis, no fim de semana passado – parece há tanto tempo, mas foi há poucos dias – desenvolvemos um protocolo», em articulação com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, para avaliar a situação dos lares de idosos na região algarvia.

 

Todos à espera de vez para entrar no laboratório – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

Além dos testes de despistagem da Covid-19, que já arrancaram ontem, estão também a ser desenvolvidos «planos de atuação», revendo até, se necessário, os planos de contingência que cada uma das instituições já tinha. «Se for identificado algum caso» nos lares, «haverá medidas a implementar, dentro e fora dos lares», explicou Nuno Marques.

Também foi criado um «apoio técnico e telefónico 24 horas por dia», com médicos e enfermeiros do ABC, para responder ás questões dos responsáveis pelos lares.

Mas não é só isso que o ABC tem feito «nas últimas três semanas, já parecendo muito mais tempo, a trabalhar quase 24 horas por dia». É também no âmbito deste Centro Biomédico – que resulta de um consórcio entre o Centro Hospitalar Universitário do Algarve e a Universidade do Algarve – está a ser produzida uma «solução desinfetante alcoólica», bem como «líquido de transporte de zaragatoas» e mesmo as próprias zaragatoas.

O ABC é ainda responsável pelo centro de colheitas drive-thru que está a funcionar há mais de uma semana junto ao Estádio Algarve (e onde, segundo Isabel Palmeirim, diretora do Mestrado Integrado em Medicina da UAlg, já foram feitas até agora «mais de 500 colheitas»), dá apoio ao call-center ligado à linha SNS24, que já está a atender 3000 chamadas por dia, faz análises às colheitas em curso nos lares…e ainda dá apoio a Moçambique, também nesta pandemia de Covid-19.

Jamila Madeira, secretária de Estado Adjunta e da Saúde, fez questão de dizer que estava ali para «agradecer, agradecer, agradecer». Sobretudo pelo envolvimento de todos os setores da sociedade, das universidades, das autarquias, «que têm sido a linha da frente da resposta», empresas, trabalhadores, nomeadamente os dos lares. Só isso, salientou, tem permitido dar resposta em todo o país, «graças a este trabalho em conjunto que estamos a fazer», «quebrando as capelinhas».

A deslocação a Gambelas serviu ainda para que a ministra Ana Mendes Godinho assinasse, com Nuno Marques, o protocolo que enquadra o projeto liderado pelo ABC, com os lares de idosos no Algarve, denominado Covid+70.

Os dois ministros e a secretária de Estado visitaram ainda o call center, em Faro, onde este centro de investigação está a cooperar com a linha SNS24 , contando com uma centena de alunos do Mestrado de Medicina da UALg.

Depois, seguiram para o centro para a despistagem à Covid-19, instalado junto ao Estádio Algarve, que, em sistema de drive-thru, realiza colheitas de casos referenciados pelas autoridades de saúde, e que depois são enviadas para o Laboratório Regional de Saúde Pública Dr.ª Laura Ayres, situado ali em frente e que foi também visitado logo de seguida.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

 

 

 

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