Hoteleiros algarvios pedem aos turistas para ficarem em casa na Páscoa

AHETA diz que medidas do Governo são «insuficientes e desajustadas»

A Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) pede aos turistas que tinham férias programadas no Algarve para ficarem em casa, seguido as recomendações das autoridades de saúde durante a pandemia da Covid-19. 

A AHETA apela, assim, aos «portugueses que programaram férias no Algarve durante o período da Páscoa ou que pretendam deslocar-se para segundas habitações na região, para permanecerem nas suas residências habituais, evitando maiores constrangimentos sociais e sanitários».

Em nota de imprensa, esta associação também aborda as mais recentes medidas do Governo, considerando que são «insuficientes e desajustadas face à dimensão da tragédia» e do seu impacto no turismo.

«Os estabelecimentos hoteleiros e turísticos já encerraram ou preparam-se para encerrar portas sine die, face à quebra abrupta das procuras turísticas e à paragem total do negócio à escala mundial. A redução de custos é, neste contexto, uma obrigação incontornável para as empresas, assim como a extinção, mesmo que temporária, dos postos de trabalho», diz a AHETA.

Neste sentido, o chamado lay-off simplificado «deve ser entendido apenas como uma solução de curto prazo, não servindo as necessidades da crise profunda que se antecipa longa e duradoura».

Na opinião da AHETA, o «Estado deve assumir os 66% respeitantes aos custos dos trabalhadores das empresas e dos estabelecimentos encerrados total ou parcialmente, libertando as empresas de um custo fixo elevado, comprometendo-se estas a manter os postos de trabalho, aquando da reabertura dos empreendimentos e a retoma da atividade».

«A situação só ainda não é mais grave, neste momento, porque as empresas anteciparam férias e recuperações. Porém, à medida que estas vão terminando, os postos de trabalho serão extintos e os despedimentos coletivos uma fatalidade que é necessário evitar a todo o custo», diz a AHETA.

Quanto às linhas de crédito, a associação defende que «as taxas de juro cobradas pela banca, incluindo as garantias, são superiores a 2,5%, podendo atingir valores de mais de 3%, o que no atual contexto é insuportável para as empresas».

Por isso, a AHETA propõe que o «Turismo de Portugal assuma o papel de instituição financeira, que já foi no passado, substituindo-se à banca na concessão de empréstimos à atividade empresarial hoteleira e turística».

A associação também defende que seja permitido às empresas com dívidas fiscais ainda não regularizadas, fazê-lo, através da prestação de garantias patrimoniais evidentes, mesmo quando estes patrimónios tenham sido objeto de penhoras anteriores, bancárias ou outras».

«Existem muitas empresas que, apesar de se encontrarem em fase de regularização com a Autoridade Tributária, ainda não finalizaram os respetivos acordos, impedindo-as de recorrer aos mecanismos de apoio aprovados (linhas de créditos, lay-off simplificado, etc)», acrescenta.

Uma vez que a recuperação da atividade turística será «lenta», a AHETA considera, por fim, que devia haver a «isenção temporária de algumas contribuições e impostos», como segurança social, pagamento especial por conta ou IMI.

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