Hospitais do Algarve cinco dias e cinco noites sem cirurgiões em Março

CHUA garante, apenas, que as escalas deste fim-de-semana estão garantidas

Os hospitais do Algarve terão «cinco dias sem qualquer cirurgião nas 24 horas e outros tantos sem qualquer cirurgião no período noturno», denunciou o Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

«Em nenhum dos dias do mês a constituição da equipa respeita as normas emitidas pela Ordem dos Médicos e referentes a este assunto. Fica, assim, em risco a normal e adequada prestação de cuidados de saúde, na área cirúrgica», afirmam os sindicalistas.

Esta é uma consequência da decisão de oito chefes de equipa da Cirurgia do Hospital de Faro, que deixaram de fazer banco nas urgências a 1 de Janeiro. Uma posição com a qual o SIM se solidariza, que acusa o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) de deixar «tudo na mesma», apesar de já ter reconhecido «a justeza das reivindicações dos cirurgiões», quer «verbalmente quer por escrito» e de ter feito «várias promessas de resolução».

Contactado pelo Sul Informação, o Conselho de Administração (CA) do CHUA garante que as «escalas deste fim-de-semana estão garantidas na referida especialidade».

«O Centro Hospitalar Universitário do Algarve é uma única entidade, composta por duas unidades hospitalares que funcionam de forma integrada na organização do trabalho e da na partilha de recursos. Neste sentido, o Conselho de administração está empenhado e a trabalhar conjuntamente com os profissionais e com os Serviços de Cirurgia Geral de ambas as unidades hospitalares no sentido de garantir a resposta na especialidade, ressalvando que só com o empenho e colaboração entre todos – médicos do quadro e médicos prestadores de serviço – temos conseguido assegurar uma resposta de âmbito regional», acrescentam os responsáveis pela gestão dos hospitais públicos do Algarve.

Da parte do sindicato, chega a garantia que os cirurgiões apenas estão a recusar fazer «trabalho extraordinário no Serviço de Urgência».

«O Serviço de Cirurgia mantém o seu normal funcionamento em todas as atividades que lhe estão adstritas, designadamente, no Bloco Operatório, na Cirurgia de Ambulatório, na Pequena Cirurgia, no lnternamento, na Consulta Externa, quer nas consultas específicas de cirurgia ou nas consultas multidisciplinares, das suas unidades funcionais, para além do apoio a todas as áreas clínicas do hospital», assegurou o SIM.

O sindicato lamentou «que proponham sair da instituição dez dos cirurgiões mais jovens, o que trará consequências desastrosas para o serviço, para o hospital e para os doentes».

«O SIM exorta o Conselho de Administração e o Ministério da Saúde a assumirem as suas responsabilidades na salvaguarda dos legítimos interesses e direitos dos doentes, corrigindo as deficitárias condições de trabalho no Serviço de Urgência e as deficiências registadas na escala aprovada pelo CA», concluiu o sindicato.

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