Covid-19: «Todo o SNS está pronto a dar resposta»

Portugal já entrou na fase de mitigação

«Todo o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está pronto a dar resposta aos doentes com Covid-19». A garantia acaba de ser dada por António Sales, secretário de Estado da Saúde, na conferência de imprensa diária de balanço da pandemia do novo coronavírus.

«Ainda esta manhã, falei com todos os presidentes das Administrações Regionais de Saúde e disseram-me que, de uma maneira geral, no terreno, estão operacionais, tendo criado já os circuitos de Covid e não Covid», explicou o governante.

Portugal, que já entrou na fase de mitigação [mais avançada], regista 3544 casos confirmados de pessoas infetadas com a Covid-19 e a Linha SNS24 «continua a ser a porta preferencial de entrada no Serviço Nacional de Saúde».

Esta nova fase, realçou o secretário de Estado, «obriga cada um a aumentar os seus cuidados».

«É crucial que as pessoas não adoeçam todas ao mesmo tempo e que os contactos sociais sejam reduzidos ao mínimo», relembrou.

A questão dos testes à Covid-19 tem estado na ordem do dia e António Sales revelou, nesta conferência de imprensa, que ontem, 25 de Março, chegaram «5 mil» dos 80 mil encomendados. «Os restantes chegarão no início da próxima semana», explicou.

«Temos, como temos dito, 30 mil testes em stock, entre público e privado, e estamos preparados para esta fase. Temos, ainda, várias encomendas a chegar até domingo, quer de equipamento de proteção, quer de material de despistagem», acrescentou.

O governante também deu conta de que estão a ser acionados Planos de Intervenção em Saúde Mental.

«Neste momento, o Algarve, Alentejo, Lisboa, Centro e Norte já têm planos ativados, o que irá permitir um conjunto de respostas em saúde mental integradas e articuladas com os diferentes níveis de prestação de cuidados», disse.

Quanto aos profissionais de saúde que estão a combater a pandemia, «também está assegurado – e é crucial – o apoio psicológico».

Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, deixou uma palavra a quem «vai adoecer daqui para a frente». É que, explicou, «a partir de agora, muitas pessoas vão ficar em casa. Isso é bom sinal: quer dizer que têm sintomas ligeiros».

A diretora-geral da Saúde garantiu, contudo, que, se for necessário, as pessoas infetadas que estão em casa «passarão para outro nível de cuidados».

Neste momento, em que Portugal já está em fase de mitigação, a Linha SNS24 já não vai estar preocupada «com a ligação epidemiológica», mas, sim, com «os sintomas». O mais precoce, até agora, «é a tosse, seguindo-se a febre e dificuldade respiratória».

«Temos sempre feito os testes que têm sido necessários para tirar dúvidas. Quem nos aparece nos sistemas, tem sido testado», acrescentou.

«É óbvio que, com este alargamento e capacidade de detetar pessoas com sintomas muito precocemente, é provável que, à medida que a epidemia sobe, o número de testes também aumente», disse ainda.

De resto, a capacidade de fazer testes «vai aumentar», uma vez que o «setor privado» também os vai começar a realizar, «complementarmente ao setor público».

A conferência de hoje também contou com a presença de Fernando Almeida, presidente do Instituto Ricardo Jorge. Este responsável explicou que os chamados «testes rápidos» ainda não obtiveram um «parecer positivo do Infarmed ou do Instituto Ricardo Jorge».

«Não significa que não seja apropriado. A questão deve ser sobre a utilização do teste e em que circunstâncias», disse.

Ainda assim, esses testes poderão ser usados numa fase posterior.

«Poderão ser muito válidos para uma fase subsequente para percebermos o nível de imunidade que a população portuguesa já tem ao novo coronavírus», concluiu.

 

 

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