Covid-19: Semana Santa no Algarve vai ser avaliada

Adiamento ou cancelamento de eventos que impliquem grande concentração de pessoas são uma das medidas de uma nota pastoral do Bispo do Algarve

Missa Campal – Imagem de Arquivo

A realização de algumas das manifestações religiosas tradicionais do período de Páscoa está a ser reavaliada pela Diocese do Algarve, como forma de combater a propagação da Covid-19.

D. Manuel Quintas, o Bispo do Algarve, lançou uma nota pastoral com medidas e comportamentos a adotar nas paróquias algarvias para combater a propagação do coronavírus.

Apesar de reservar «para mais tarde alguma indicação que se considere oportuna e necessária, relativamente às celebrações da Semana Santa», o prelado já disse que quer ver adiadas ou canceladas todas as celebrações ou atividades «que impliquem a participação de mais de 5 mil pessoas em espaços abertos, mil pessoas em espaços fechados e 150 pessoas nas zonas (clusters) classificadas como de transmissão secundária».

Ou seja, se a crise do coronavírus se prolongar até Abril, isso poderá por em causa eventos como procissões e celebrações que reúnam muita gente.

Esta medida relacionada com o ajuntamento de pessoas é apenas uma das que constam da nota pastoral, que têm por base «as orientações nacionais das autoridades de saúde e as anteriormente definidas pela Conferência Episcopal Portuguesa».

Também foram suspensas as «atividades ligadas ao CNE, em todos os Agrupamentos, por decisão de âmbito nacional» e «as atividades ligadas à catequese, em todas as idades, enquanto e onde se mantiverem as escolas encerradas, ou sempre que, em consenso dentro da Vigararia e em articulação com as famílias e as Autoridades de Saúde locais, entenderem ser mais seguro e conveniente para a preservação da segurança e saúde de todos».

Sem efeito ficam, ainda, a Jornada Diocesana do Serviço Pastoral à Pessoa com Deficiência (prevista para esta altura do ano) e a Jornada Diocesana da Juventude, que iria decorrer em Monchique entre 27 e 29 de Março e que foi adiada para os dias 2, 3 e 4 de Outubro.

O Bispo do Algarve aproveitou para reforçar a necessidade de «promover, junto das famílias e voluntários, as orientações relativas aos Lares e Centros de Dia, das IPSS diocesanas, bem como da visita a Hospitais e Estabelecimentos Prisionais».

O Bispo do Algarve também deixou recomendações relativas às Celebrações Penitenciais, vulgo confissões, tendo em conta que no período que antecede a Páscoa «habitualmente se realizam diversas celebrações comunitárias (algumas dirigidas particularmente a crianças e adolescentes)» e considerando que «a confissão individual em ambiente de celebrações penitenciais, com a presença de um número significativo de penitentes e de sacerdotes, pode proporcionar, pela proximidade e pelo sigilo exigidos, a não observância de quanto é recomendado no sentido da contenção e do combate à propagação deste vírus».

Desta forma, D. Manuel Quintas diz que, «caso a caso e sempre mediante autorização do bispo, poderá ser decidido recorrer à absolvição geral». Todavia, os sacerdotes deverão estar disponíveis «em todas as horas e em todas as circunstâncias, particularmente junto dos mais vulneráveis e que os solicitam para a celebração deste sacramento» e que «os párocos que estendam, inclusive no tempo pascal», realizar «a celebração individual do sacramento da penitência» o deverão fazer dando conhecimento disso às suas comunidades.

O Bispo algarvio aconselha, também, cada pároco a ajuizar, após ouvir os agentes de pastoral das suas comunidades, todas as decisões a tomar, «atendendo às circunstâncias reais de cada paróquia».

A Diocese do Algarve e o seu Bispo prometem continuar a acompanhar o evoluir desta situação.

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