Portugal prestes a entrar «na fase mais crítica» de combate à Covid-19

António Sales falou na conferência de imprensa diária

«Portugal está prestes a entrar na 3ª fase da pandemia, a de mitigação, que é a mais crítica», disse António Sales, secretário de Estado da Saúde, na conferência de imprensa diária de balanço do surto de Covid-19.

Este facto, disse o membro do Governo, «exige de todos nós responsabilidades acrescidas. Ao Estado cabe preparar o SNS para dar resposta aos cidadãos. A cada um de nós cabe a sua auto-proteção e, não menos importante, a proteção dos que nos são mais queridos, nomeadamente as pessoas com mais de 70 anos».

Isto porque «cerca de 80% dos óbitos registados até à data foram de pessoas com 70 anos ou mais».

Graça Freitas, diretora geral de Saúde, presente na mesma conferência de imprensa, precisou que «estamos neste momento na fase 3.2. Isto significa que temos transmissão comunitária. Ainda não é exuberante nem descontrolada, mas já a temos», avisou.

Desta forma, hoje, à meia-noite, «será acionado um novo plano, em que se passará das medidas de contenção, para as de mitigação», reforçou Graça Freitas.

«A fase de transição pode ter alguma turbulência, mas estamos aqui para assistir todos. Estamos cá para resolver e encaminhar corretamente os doentes e para prestar assistência aos doentes de acordo com o grau de gravidade da sua doença», disse, ainda, a diretora-geral de Saúde.

António Sales falou, ainda, dos equipamentos de proteção, que serão «distribuídos onde são mais precisos», à medida que forem chegando.

«Ao mesmo tempo, continuamos a identificar oportunidades no mercado para garantir que o fluxo satisfaz as necessidades do país, que nesta fase são naturalmente maiores, enquanto cresce a procura».

Quanto aos 80 mil testes que chegariam até final da semana «ainda não chegaram, prevemos que cheguem até domingo». O número de testes tem mantido e acompanhado os números e os casos e têm sido dinâmicos».

Atualmente, diz, a capacidade diária de testagem, entre público e privado, «é de mais 8600 testes».

António Sales aproveitou para negar que haja qualquer tipo de adulteração dos casos, afirmando, mesmo, que apesar de poder haver «pequenos desencontros», não há «nenhum objetivo de enganar, mentir ou omitir».

«Permitam-me falar de confiança, da confiança que todos precisamos de ter nesta situação difícil. Os dados divulgados reportam à meia-noite do dia anterior, mediante notificação dos médicos, por isso, é natural que quando os dados são divulgados, quem está no terreno tenha perceção diferente do boletim divulgado», acrescentou.

«Há dados que estão absolutamente certos. O número de mortes é inquestionável, entram à meia-noite numa plataforma eletrónica», assegurou.

Depois, «há dados mais finos, como os que são por concelho, e essa variável pode não vir preenchida no formulário. Ou seja, só conseguimos recolher informação dos casos que vêm preenchidos no formulário», disse.

«Temos todos de evitar os casos confirmados que não o são, as imprecisões, a cacofonia. Temos todos responsabilidades», defendeu.

 

(Em Atualização)

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