Covid-19: Governo estuda soluções para garantir conteúdos para todos no 3.º período

Pedro Siza Vieira afirmou que Portugal foi o país que mais cedo tomou medidas de combate à Covid-19

O Governo está a estudar soluções que garantam que todos os alunos têm acesso aos conteúdos educativos no 3º período, perante a possibilidade de as escolas continuarem encerradas depois das férias da Páscoa, adiantou o ministro da Economia.

Numa entrevista ao programa “Gente que conta” do Porto Canal, que vai ser transmitida hoje à noite, questionado sobre como vai o Governo garantir que todos os alunos vão ter acesso aos conteúdos educativos durante o terceiro período, nomeadamente os que não têm acesso à Internet, Pedro Siza Vieira adiantou que estão a ser estudadas várias soluções, que podem passar por canais «do estilo youtube», que permitem a transmissão de vários conteúdos em simultâneo ou também por fazer chegar os conteúdos pela televisão por cabo.

«83% dos lares em Portugal têm TV cabo. Podemos fazer chegar conteúdos às crianças também por essa via”, referiu o ministro, acentuando que não será um regresso à “Telescola” (até porque a quantidade de anos letivos em causa não permute replicar um modelo que em tempos foi aplicado apenas aos 5º e 6º anos), mas um modelo mais próximo de canais do estilo do Youtube.

Na entrevista conduzida por Paulo Baldaia, o ministro foi confrontado com as críticas que se fizeram ouvir nestes últimos dias pelo facto de os alunos sem acesso à Internet não terem possibilidade de manter o contacto com os professores e continuarem a ter aulas.

Na resposta, o ministro referiu que várias hipóteses estão a ser estudadas, que esta é também uma realidade «que nos mostra como temos de ser rápidos» e garantiu que o Ministério da Educação «está muito focado nesta situação».

Sobre as duas últimas semanas de aulas, Pedro Siza Vieira referiu que foi «muito impressionante» verificar como as escolas, os diretores de turma e os professores se mobilizaram para, «de um momento para o outro, conseguirem manter o apoio pedagógico», recorrendo a meios cuja utilização, em circunstâncias normais, ainda há pouco tempo «teria criado resistência».

Relativamente à resposta que tem sido dada face ao evoluir do surto da Covid-19, Pedro Siza Vieira afirmou que Portugal foi o país que mais cedo tomou medidas.

«Tivemos a primeira infeção a 2 de Março e no dia 12 fechámos as escolas», referiu, lembrando que, a 14 de Março, estavam a ser anunciadas medidas de apoio à tesouraria das empresas e que no dia seguinte foi aprovado o ‘lay-off’ simplificado.

«Outros países que já estavam com um histórico de infeções com mais um mês do que nós, tomaram estas decisões mais tarde», referiu para acrescentar que tem noção de que, perante esta pandemia causada pelo novo coronavírus, «estamos permanentemente a aprender», seja na área da saúde, educativa ou económica.

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