Loulé investe 1,5 milhões na construção de habitação

Musealização dos Banhos Islâmicos está por dias

A Câmara de Loulé já comprou oito lotes de terreno, com potencial de construção para 128 fogos, num investimento de 1,5 milhões de euros. Esta é uma das faces mais visíveis da Estratégia Local de Habitação que quer responder a um problema em que o concelho é «particularmente afetado». 

Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, aproveitou as celebrações do Dia da Cidade, no passado sábado, 15 de Fevereiro, para apresentar um conjunto de projetos estruturantes «que estão a ser planeados, desenvolvidos e alguns até já executados na cidade».

Um deles prende-se, então, com a falta de habitação – uma carência generalizada no Algarve. Assim, através da iniciativa pública, a autarquia louletana pretende, «de uma forma muito ambiciosa, atenuar significativamente o problema de falta de habitação nos próximos 10 anos». com o apoio direto a 1400 agregados familiares.

No que respeita à cidade de Loulé, já foram adquiridos os tais oito lotes de terreno com potencial de construção para cerca de 128 fogos, num investimento de 1,5 milhões. Neste momento os projetos “decorrem a toda a velocidade”, adiantou Vítor Aleixo.

De entre esses projetos, um dos mais significativos é o ABC Loulé Active Life Health and Research que, a par de Vilamoura, prevê para Loulé a construção do Edifício Mariano Gago, um centro dedicado à investigação e aos cuidados de saúde, onde irão ficar localizadas diversas valências estratégicas de instituições de carácter nacional (INSA – Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, INFARMED, IPST – Instituto Português do Sangue e da Transplantação, SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, ACSS – Administração Central dos Sistemas de Saúde e DGS – Direção Geral de Saúde).

No total vão ser investidos 7 milhões – só em Loulé – num «pprojeto de grande ambição na área das ciências biomédicas», destacando-se a instalação, neste edifício, de um Banco Público de Células do Cordão Umbilical ou o Centro de Investigação de Entomologia do Algarve (CIEMA).

O aspirante Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira, iniciativa intermunicipal pluridisciplinar, que assenta em áreas como a social, ambiental, cultural ou económica, é outro desafio para o Município. Segundo Vítor Aleixo, prevê-se que, «dentro de dois ou três anos», este território possa ser Geoparque Mundial da UNESCO.

No que respeita a requalificação urbana, para breve está a inauguração da 2ª fase do Parque Municipal de Loulé. Trata-se de um investimento de cerca de 1,1 milhões que permitirá criar naquele que é o pulmão da cidade novos espaços verdes e zonas para a prática de desporto informal, como é o caso de um street workout.

Ao nível das acessibilidades, a 2ª fase da Circular Norte de Loulé significará a concretização de uma antiga aspiração e constitui um importante investimento – cerca de 4 milhões. Neste momento, o concurso para a obra já foi aprovado em reunião camarária.

Por outro lado, é intenção da autarquia criar uma nova avenida «moderna, com características alinhadas com a necessidade de uma cidade que se adapte à emergência climática, com passeios generosos, arborização e uma ciclovia», na zona Norte/Nascente da cidade, entre a Avenida Laginha Serafim e a Rua Afonso de Albuquerque. A aquisição dos terrenos já teve início, numa altura em que o projeto está já numa fase adiantada.

Na área da saúde, em fase de conclusão do projeto e praticamente a arrancar o concurso púbico, está outra obra estruturante para a cidade: uma unidade de saúde que irá integrar o agrupamento de Centros de Saúde Central – ACES Central, Unidade de Saúde Familiar Lauroé – USF Lauroé, Unidade de Cuidados de Saúde na Comunidade – UCC Gentes de Loulé e Centro de Saúde Universitário.

Dos 3,7 milhões, uma parte – 1,3M€ – é despesa do Ministério da Saúde já aprovada. De resto, o avanço desta obra até já teve luz verde da parte do Governo.

A “Cidadela da Segurança e Proteção Civil de Loulé” é outro dos projetos muito aguardados que promete reforçar o papel central da cidade no contexto da região nestas matérias.

No próximo dia 2 de Março serão inauguradas as instalações do CREPC – Comando Regional de Emergência e Proteção Civil, um investimento de 900 mil euros.

O CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) regressa ao Algarve e ficará localizado nas instalações do INEM que irão funcionar nesta Cidadela. Em breve será aberto o concurso para esta empreitada cujo investimento deverá rondar 1,5 milhões.

Também em termos de parcerias para a área da segurança – «um pilar fundamental de um Estado democrático» – , o autarca Vítor Aleixo falou do investimento realizado no Posto de Destacamento Territorial de Loulé, primeiro com os arranjos nas cavalariças (40 mil euros e agora com a melhoria do próprio edifício.

Dentro de dias arranca a obra de musealização dos Banhos Islâmicos de Loulé (1,3 milhões), «únicos no país e os melhor conservados da Península Ibérica» e que, como sublinhou o responsável municipal, «serão um ex-libris desta cidade».

Mas na área da cultura outro projeto de grande vulto vislumbra-se: o Quarteirão Cultural. «Posso garantir-vos que Loulé vai ficar no mapa, muitos turistas irão acorrer à cidade para visitar o nosso Quarteirão Cultural», disse Vítor Aleixo.

Dentro de dias arranca também o Parque de Estacionamento da Cássima, localizado num terreno municipal junto os serviços de Segurança Social, que permitirá criar 200 lugares de estacionamento para veículos ligeiros, lugares destinados a pessoas com mobilidade reduzida e zona de estacionamento de motociclos e bicicletas.

Este investimento de 435 mil euros «vem dar resposta a uma necessidade premente no perímetro urbano».

Nas celebrações do 32º aniversário de elevação de Loulé ao estatuto de cidade, o presidente da Câmara de Loulé sublinhou ainda o «momento vibrante da vida da cidade».

«Loulé soube conciliar a tradição e as marcas do passado, com a modernização e a adaptação às novas necessidades da sociedade. É uma cidade com alma, com valores e princípios, onde as pessoas participam ativamente nas suas diversas dinâmicas, sejam elas políticas, sociais, culturais ou desportivas. Cidade inclusiva, que se preocupa com todos os seus residentes. É uma cidade bonita equilibrada, atrativa, dotada de serviços fundamentais para os cidadãos e para os turistas que a visitam», considerou ainda.

Entre 2017 e 2018, «Loulé foi o município de média dimensão do país que mais investiu em obras públicas».

Se, em 2018, foram lançadas 88 obras, totalizando um valor de 30 milhões, já no ano seguinte esse número seria ainda mais expressivo: 115 obras lançadas, correspondentes a 57 milhões.

Apesar de, apenas 14 milhões terem chegado à fase de contratação da empreitada pois, como explicou Vítor Aleixo, à semelhança do que se passa um pouco por todo o país, «a crise liquidou muitas empresas e a procura hoje é muito superior à capacidade de resposta dos empresários do setor público de construção», concluiu.

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