Diretor clínico e vogal executiva saem da administração do CHUA

Mahomede Americano e Helena Leitão não querem continuar na administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve

Mahomede Americano, diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, e Helena Leitão, vogal executiva do Conselho de Administração cessante dos hospitais algarvios, não estão dispostos a continuar nos cargos, numa futura equipa diretiva.

Segundo avançou esta quarta-feira o jornal Público, além destas duas saídas do Conselho de Administração (CA), também Paulo Andrês, diretor do Serviço de Ortopedia do CHUA, «pediu a exoneração para ir trabalhar no setor privado».

O mandato do CA do CHUA, liderado por Ana Paula Gonçalves, terminou no final do ano passado. Atualmente, a administração mantém-se em funções, enquanto não há decisão da tutela quanto à recondução ou substituição da equipa, mas Mahomede Americano já fez saber que não está disponível para continuar.

Contactado pelo Sul Informação, o Conselho de Administração do CHUA disse que não iria comentar o artigo do Público, nem as questões por ele levantadas.

No entanto, Ana Paula Gonçalves disse a este jornal que o ainda diretor clínico do CHUA «tornou público que não gostaria de ver a sua comissão de serviço renovada», adiantando que este continua a trabalhar até ser substituído.

Para o seu lugar, terá sido convidada Luísa Arez, a diretora do Serviço de Medicina do Hospital do Barlavento, que aceitou o lugar.

Helena Leitão, professora de Biociências da Universidade do Algarve que exercia funções como vogal executiva, saiu e terá explicado à ministra «que estava na altura de voltar à universidade». E «nós dividimos o trabalho dela por nós, até que haja o despacho de nomeação de uma equipa», segundo a presidente do CA do CHUA.

Entretanto, um grupo de cinco diretores de serviço dos hospitais do Algarve reuniu-se com Isilda Gomes, presidente do Conselho Consultivo do CHUA e edil de Portimão, «manifestando descontentamento pelo rumo que estava a ser seguido pelo conselho de administração, pedindo ao mesmo tempo a demissão da presidente», avançou, igualmente, o Público.

A autarca terá prometido uma resposta «para breve», mas esta ainda não foi dada.

Quanto à demissão de Paulo Andrês, é mais um revés do já de si depauperado Serviço de Ortopedia do centro hospitalar algarvio.

Neste caso, a solução passará por ir buscar médicos estrangeiros, tendo Ana Paula Gonçalves, nas suas declarações ao Público, dado como exemplo três ortopedistas brasileiros. Fonte hospitalar adiantou ao nosso jornal que o Conselho de Administração do CHUA está a «dar apoio no sentido de, em conjunto com a Ordem dos Médicos, serem criadas as condições para que médicos estrangeiros possam exercer funções em Portugal».

Segundo apurou o Sul Informação, em Novembro e Dezembro já tinham apresentado a demissão as diretoras dos serviços de Medicina Intensiva de Faro e Portimão, Cristina Granja e Glória Campelo, respetivamente, tendo sido encontradas soluções internas para as substituir.

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