É «de todo prematuro» falar de uma rota de imigração para Portugal

Migrantes vieram de El Jadida (Marrocos), à semelhança de outro grupo que desembarcou em Monte Gordo, em Dezembro

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, diz que «é de todo prematuro» falar de uma rota de imigração para Portugal, comentando o caso dos 11 marroquinos intercetados num pequeno barco, esta quarta-feira, 29 de Janeiro, frente à barra da Armona, em Olhão. 

O governante esteve hoje de manhã em Tavira, nas comemorações do Dia do Comando Territorial da GNR de Faro, onde falou aos jornalistas.

Abordando tanto este caso, como o de Dezembro, em que outro grupo de marroquinos desembarcou em Monte Gordo, Eduardo Cabrita considerou que «não podemos, relativamente a 19 pessoas, extrair qualquer conclusão» que faça crer que Portugal já faz parte das rotas de imigração.

«Estamos atentos. Estou em diálogo com autoridades espanholas e marroquinas e conto, aliás, estabelecer, nas próximas semanas, um encontro direto com o meu homólogo marroquino sobre vários temas, entre os quais este», disse.

Sobre a situação de hoje, o ministro explicou que «está a decorrer a audição para apurar as condições» em que estas oito pessoas chegaram a Portugal para, depois, se verificar «qual o quadro jurídico em que será analisada a sua situação».

Em Dezembro, após terem desembarcado em Monte Gordo, os oito  marroquinos requereram ao nosso país um «estatuto de proteção» e foram acolhidos no Centro Português para o Refugiado, em Lisboa.

Segundo o ministro, neste caso ainda «não está terminada» a avaliação.

 

 

«O que foi solicitado foi um estatuto de proteção internacional. Entendemos que não faz nenhum sentido, relativamente a um país amigo como Marrocos, a concessão de um estatuto de asilo para o qual não foi apresentado nenhum fundamento adequado», considerou.

O ministro fez ainda questão de vincar, em casos como o de hoje, o «estrito respeito pela legalidade e estrita aplicação de padrões humanitários».

Esta manhã, cerca das 4h30, a Polícia Marítima recebeu o alerta, dado por trabalhadores da Área de Produção Aquícola da Armona, de que havia uma «embarcação suspeita» a aproximar-se da Barra do Lavajo.

«Elementos da Polícia Marítima de Olhão foram ao local e intercetaram a embarcação, trazendo os seus ocupantes para a Capitania do Porto de Olhão», contou ao Sul Informação o capitão Rocha Pacheco, comandante da Zona Marítima do Sul.

Os migrantes, com idades entre os 21 e os 30 anos, vinham de El Jadida, em Marrocos, foram encontrados dentro de uma pequena embarcação de madeira, do tipo boca aberta, com um motor fora de bordo de 15 cavalos.

Não traziam com eles qualquer identificação. Dentro do barco, que se encontra no cais da Polícia Marítima existente no Porto de Olhão, como o Sul Informação pode verificar in loco, havia várias mantas, um motor de reserva e vários jerricans de combustível.

Entretanto, os tripulantes da embarcação foram todos entregues ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

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