Clube de Ciclismo de Tavira troca o leão pelo atum

Núcleo duro de ciclistas mantém-se

A parceria com o Sporting pode ter acabado, mas Tavira, terra de ciclismo, não quis perder a sua equipa. Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel é o novo nome da formação que vai disputar a nova época velocipédica. Chegar ao pódio da Volta a Portugal é «o grande objetivo».

Em entrevista ao Sul Informação, Vidal Fitas, diretor desportivo do Clube de Ciclismo de Tavira, entidade que tinha o protocolo com o Sporting, disse que, da parte do clube de Alvalade, «não houve interesse» em continuar a parceria.

«O Clube de Ciclismo de Tavira faz, em 2020, 41 anos de atividade ininterrupta, por isso só podíamos continuar. O clube é autónomo e aquilo que se procurou fazer foi arranjar novas marcas que sustentassem o projeto», explicou.

Mas a verdade é que, admitiu Vidal Fitas, o Clube de Ciclismo de Tavira nunca tem «interesse em perder parceiros», o que aconteceu neste caso.

«Quando uma parceria acaba, é sempre uma dor de cabeça arranjar novos patrocinadores. Não podemos é falar pelos nossos parceiros e pelos objetivos e prioridades que têm. O Sporting achou que esta parceria não deveria fazer parte do futuro. A única coisa que nós podemos dizer é que nos orgulhamos do tempo que passámos juntos», considerou.

 

Vidal Fitas

 

Apesar de nunca ter sido atingido o verdadeiro objetivo – a vitória na Volta a Portugal – houve «coisas boas» ao longo destes quatro anos de Sporting/Tavira.

Para os algarvios, esses foram tempos de «uma nova realidade».

«Ter como parceiro um clube desta dimensão, trouxe-nos responsabilidades que, com outro tipo de marca, não se põem, porque olham para o desporto de uma maneira diferente. Carregar um nome destes às costas teve coisas positivas, com ensinamentos que, de outra forma, nunca teríamos tido», disse ao nosso jornal, em jeito de balanço.

Mas, o capítulo Sporting/Tavira está encerrado. Agora é a vez de ir para a estrada a nova equipa, que conta com o apoio da Câmara de Tavira e o patrocínio do Atum General e do Maria Nova Hotel, unidade tavirense do grupo AP Hotels, apesar de o orçamento ser menor.

Para a nova época, a equipa conseguiu manter o seu núcleo duro de atletas, mesmo com as saídas de Tiago Machado (para a Efapel) e Nocentini e Nicola Toffali, que acabaram a carreira.

Ficaram Alexsandr Grigorev, Alejandro Marque, Frederico Figueiredo e César Montargil, os nomes fortes desta equipa, e foi contratado Marcelo Salvador à Sicasal. «Há um grupo que nos abre perspetivas de ter, ao longo da temporada, resultados importantes», considerou Vidal Fitas.

O grande objetivo da época passa por lutar pelo pódio na Volta a Portugal. «Ganhar a Volta, tendo em conta o plantel da W52/FCPorto e da Efapel, não nos parece realista», acrescentou.

Até lá, a preparação da equipa algarvia vai passar pela Volta de Suan Juan (Argentina), de 27 de Janeiro a 3 de Fevereiro, e Voltas ao Algarve (19-23 de Fevereiro) e Alentejo, ainda sem data definida.

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