Calcinha, Bafo e Mercearia do Batepézinho integram plataforma “Comércio com História”

Estes são os primeiros espaços do Algarve a integrar esta plataforma

O bar Bafo de Baco, o Café Calcinha e a Mercearia Portuguesa, conhecida como Mercearia do Batepézinho, são três espaços de Loulé que integram a plataforma “Comércio com História”. 

«Além da integração na plataforma, com este reconhecimento os estabelecimentos passarão a ter um dístico colocado nos seus espaços, símbolo da valorização que se pretende dar a estes edifícios identitários para a comunidade louletana», diz a Câmara de Loulé.

Depois desta primeira experiência prevê-se a inserção de outros estabelecimentos do concelho louletano naquela plataforma como meio incrementador do Turismo Cultural e Patrimonial no território algarvio.

Para os responsáveis municipais, a integração destes três espaços no projeto “Comércio com História” faz parte da estratégia da autarquia que, ao longo dos anos, através de diversas iniciativas como o programa de animação de Natal, as “7 Quintas”, “A Praça é Nossa!”, eventos como a Noite Branca ou Festival MED e muitas outras atividades, «tem contribuído para promover o comércio da cidade, criando aqui uma nova dinâmica económica e social».

Por outro lado, «constitui mais um contributo de valorização da riqueza patrimonial e humana da cidade de Loulé, onde a tradição continua a estar bem presente em cada um destes espaços, seja no emblemático Café Calcinha, ponto de encontro de muitos louletanos ao longo de décadas, da Mercearia Casa Portuguesa, onde ainda hoje são vendidos produtos que nos remetem para outros tempos, ou do icónico bar Bafo de Baco, espaço que fez parte de muitos roteiros musicais nacionais e que deu a conhecer inúmeras bandas».

 

Bafo de Baco

 

Começando pelo Bafo. Este é um bar que está aberto desde Outubro de 1992 e que, desde então, se tem afirmado como uma sala de referência na música ao vivo. Funciona como bar nos dias normais da semana e normalmente ao sábado como sala de espetáculos.

Localizado no centro de Loulé e no eixo comercial mais importante, o Café Calcinha foi durante o último século, e até aos dias de hoje, um marco sociocultural da população local e de todos os visitantes, sendo o único espaço de tertúlia na história da cidade, que lhe configurou o privilégio de ser o estabelecimento mais emblemático e referenciado na história local.

Ao longo das décadas e no decurso da sua já longa história (foi implantado em 27 de Agosto de 1927), muitos foram os nomes importantes da vila que o frequentaram e mais as histórias que por lá se contaram, de geração em geração, entre as tertúlias, os cafés, o medronho, o capilé ou a ginjinha e as cigarrilhas ou onças de tabaco.

Dele fizeram parte figuras de prestígio da vida pública louletana e nacional, destacando-se Frutuoso da Silva, Bernardo Lopes, Bexiga Peres, Pedro de Freitas, Reais Pinto, José Inês ou Joaquim Magalhães.

 

 

Mas nenhum deles, porém, atingira a notoriedade de António Aleixo, que se destacou pelas suas réplicas mordazes e subtis em quadras soltas e sábias; no exterior foi colocada uma estátua em bronze, da autoria de Lagoa Henriques.

Por fim, a Mercearia Casa Portuguesa, conhecida na comunidade pela Mercearia do Batepézinho, é uma mercearia tradicional que tem as suas portas abertas desde 1908. No entanto, desde 1965 que exerce a sua atividade na mesma morada (R. José Fernandes Guerreiro). O estabelecimento, que já conta com três gerações atrás do balcão, mantém-se fiel à sua forma de atendimento e à tradicionalidade dos seus artigos, encontrando-se aqui artigos que não se conseguem encontrar nas grandes superfícies

Em 2011, a loja foi remodelada pelo atual proprietário, neto do fundador, que a renovou, num ambiente de contemporaneidade sem perder o seu cunho tradicional e é hoje ponto de interesse para os turistas que ocorrem à cidade.

Esta plataforma “Comércio com História”, da Direção Geral das Atividades Económicas, engloba nesta fase inicial 206 estabelecimentos do país, visando a proteção e promoção destes espaços com interesse histórico, cultural ou social, sejam antigos ou mais recentes, e que fazem parte da identidade das cidades, da rotina diária dos bairros.

Têm a vantagem de ter um atendimento personalizado, muitas contam com uma longa história que se identifica na arquitetura, no mobiliário ou na decoração, e foram passando pelo tempo graças à paixão dos seus proprietários.

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