Utentes criticam transferência da «fisiatra mais graduada» do CMRSul

Medida leva associação de utentes a dizer que «tudo parece indicar que não será reposto o pleno funcionamento do CMRSul»

A associação Movimento Determinante, de utentes e amigos do CMRSul – Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul, criticou a «transferência da médica fisiatra mais graduada e com maior experiência profissional» deste centro situado em São Brás de Alportel para outra unidade de saúde do Centro Hospitalar Universitário do Algarve.

Esta decisão, que já havia sido denunciada pelo deputado do PSD Cristóvão Norte, foi mal recebida pela associação, que diz que, ao contrário do que tem sido prometido, por diversas vezes, pelo Conselho de Administração «tudo parece indicar que não será reposto o pleno funcionamento do CMRSul, sobretudo tendo em conta que se fundamenta na lotação limitada para justificar a transferência da referida médica».

«Onde está o profissionalismo e a excelência de outros tempos? Neste momento, o CMRSul é uma sombra do que foi», questionam.

Segundo a Movimento Determinante, em Abril de 2018, a associação recebeu a garantia, da parte de Ana Paula Gonçalves, a presidente do CA do CHUA, de que seriam contratados técnicos, nomeadamente terapeutas, enfermeiros e auxiliares, e abertas 50 camas até final de 2018, «compromisso esse que ficou muito longe de ser cumprido».

«Estamos no final de 2019 e a lotação atual do CMRSul é de apenas 36 camas e os quadros continuam por preencher. Outro problema gravíssimo é a não atribuição atempada de ajudas técnicas. Há pessoas a esperar há mais de um ano por uma ajuda técnica, por vezes simples e de baixo custo, mas indispensável no seu dia a dia para uma melhor qualidade de vida. É inadmissível!», acusam.

Por outro lado, houve «um aumento significativo na lista de espera para o internamento (o que não é de estranhar face à lotação limitada do CMR), a degradação diária dos cuidados assistenciais aos doentes, a desorganização da equipa de reabilitação e mesmo a ineficiência da limpeza das enfermarias e dos espaços comuns e exteriores».

A administração do CHUA já havia garantido ao Sul Informação que «mantém a sua pretensão de atingir a sua lotação máxima e não tem intenção de encerrar valências» nesta unidade de saúde.

Quanto à transferência da médica fisiatra, disse que não iria pronunciar-se «sobre questões de gestão e organização internas diárias».

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