Sciaena está contra aquacultura na Ria Formosa

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já emitiram pareceres contra este projeto.

A organização não governamental Sciaena, dedicada a questões do ambiente, manifestou, esta sexta-feira, 13 de Dezembro, o seu desacordo com o projeto de aquacultura, no Parque Natural da Ria Formosa.

A Sciaena submeteu hoje o seu contributo ao processo de consulta pública relativo à requisição de instalação de um estabelecimento de aquacultura no interior do Parque Natural da Ria Formosa, denominado “Bivalves dos Areais”.

A ser autorizado, o projeto permitirá «a instalação de estruturas de produção e engorda de duas espécies de ostra e de amêijoa, por um período que pode ir até 50 anos, numa área extensa de aproximadamente de 10 hectares, em frente à Ilha da Culatra».

Após uma análise cuidada, a Sciaena considera, então, que o projeto não deve ser permitido.

Os principais motivos do desacordo devem-se aos «impactos em todo o ecossistema que uma exploração intensiva de bivalves na escala prevista poderá causar, nomeadamente nas pradarias de ervas marinhas, um habitat essencial para várias espécies comerciais e para um dos mais ameaçados e icónicos habitantes da Ria Formosa: o cavalo-marinho».

«Preocupa-nos igualmente o facto da zona prevista para o projeto conter um banco natural de produção de bivalves atualmente explorado pelas populações locais que, privadas deste local, teriam de procurar outras zonas para desenvolver a sua atividade, com impactos económicos consideráveis mas também ambientais».

Como entidade interessada e ativa na região, a Sciaena está interessada em promover e participar num debate mais alargado sobre o futuro da produção de bivalves na Ria Formosa, que pode passar pela reativação e renaturalização de zonas de produção atualmente desativadas, em alternativa a novas explorações, nomeadamente de grande escala.

«A Sciaena tem como uma das suas principais prioridades a conservação da Ria Formosa, de forma de salvaguardar as diversas funções essenciais que ela possui, e também permitir uma exploração sustentável dos seus recursos, baseada no melhor conhecimento científico e assegurando a minimização dos impactos ambientais. É também importante para a Sciaena a integração das diversas atividades económicas e humanas que decorrem neste Parque Natural», diz a ONG, em comunicado.

De resto, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já emitiram pareceres contra este projeto.

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