Sapadores de Faro ganham novos veículos e outras prendas no 137º aniversário

Bombeiros Sapadores de Faro vão beneficiar de revalorização salarial, que se iniciará já em Janeiro

Foto: Hugo Rodrigues|Sul Informação

Um veículo de combate a fogos urbanos que consegue chegar a todo o lado e um posto de comando móvel feito na casa são os dois novos elementos dos Bombeiros Sapadores de Faro e que passaram a estar oficialmente ao serviço no passado sábado, em que se comemoram os 137 anos da corporação farense.

A viatura ligeira de combate a incêndios urbanos foi um presente de aniversário da Câmara de Faro, que investiu 144 mil euros para comprar este veículos, que vem colmatar uma lacuna que existia.

«É uma viatura mais pequena que as outras e foi comprada por essa razão: permite ir à Cidade Velha, à Praia de Faro – os veículos grandes que temos, o rodado não passa na ponte – e acrescenta valências aos Sapadores de Faro», ilustrou Rogério Bacalhau, à margem da sessão.

O outro veículo que passou a estar à disposição dos sapadores farenses já não é novo e resultou da adaptação de uma antiga ambulância, levada a cabo pelos elementos da corporação.

«É um carro que servirá para comando. Numa operação, este carro serve para reunir, para ter contacto com informações e definir a estratégia. Fazia muita falta e sentíamos isso cada vez que saíamos para um fogo ou para uma operação de maior dimensão. Por vezes estávamos numa esquina com um computador em cima do joelho e depois faltava a energia e por aí fora. Este carro vem suprir essas dificuldades», enquadrou o edil farense.

«O veículo de comunicações e comando vai permitir que o nosso corpo de bombeiros monte um posto de comando avançado em qualquer teatro de operações», disse, por seu lado, José Valente, comandante dos Bombeiros Sapadores de Faro.

«Estes novos equipamentos vão-nos dar maior autonomia nas nossas operações. São uma mais valia. O veículo ligeiro de combate a incêndios, versão urbana, irá permitir que os operacionais tenham acesso às zonas mais antigas da cidade, às quais é difícil aceder com as viaturas de maior porte. Também traz uma série de equipamentos novos que nos dão outras valências», acrescentou.

 

José Valente – Foto: Hugo Rodrigues|Sul Informação

 

Além deste presente, a corporação de bombeiros farense recebeu outra boa notícia, na sua festa de aniversário.

«No ano passado fizemos uma recruta e contratámos dez homens. No próximo ano queremos abrir concurso para mais 20 homens», anunciou o presidente da Câmara de Faro.

«Neste momento, a nossa prioridade são os recursos humanos, porque ter muitos veículos e poucos bombeiros dificulta-nos a vida. O que é mesmo importante é aquilo que o senhor presidente anunciou, que é a recruta de 20 novos elementos já no próximo ano. Penso que aí vamos dar um grande salto qualitativo e quantitativo naquilo que é a operacionalidade do nosso corpo de bombeiros», disse, por seu lado, José Valente.

O esforço da autarquia de Faro, no que toca a recursos humanos, não ficará por aqui, tendo em conta que irá começar a revalorização salarial dos homens da corporação pertencente ao município, que vão subir da categoria de bombeiro municipal para a categoria de bombeiro sapador, o que, segundo Rogério Bacalhau, dará «um acréscimo salarial que vem repor alguma justiça para estes homens».

«O que as quatro Câmaras do Algarve com corpos de bombeiro decidiram – nós, Tavira, Olhão e Loulé -, foi  aumentar os bombeiros em 30% em Janeiro de 2020, subir para 75% em 2021 e ficar com os 100% da revalorização em 2022», revelou.

 

Rogério Bacalhau na cerimónia dos 137 anos dos Bombeiros Sapadores de Faro – Foto: Hugo Rodrigues|Sul Informação

 

A Câmara de Faro irá, igualmente, investir na aquisição «de outro tipo de veículo, no próximo ano», e na compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), «tendo em conta que não só as viaturas que são necessárias. Os bombeiros quando vão para um fogo, precisam de ir seguros e resguardados».

«Recordo que o primeiro investimento que fizemos foi em EPI, pois os que havia na altura tinham mais de 20 anos e, em alguns casos, estavam rotos. Lembro-me que naquele primeiro incêndio que houve na Horta da Areia, um bombeiro ficou com algumas queimaduras porque o equipamento de proteção não estava em condições», salientou Rogério Bacalhau.

Já José Valente fala na compra de um veículo com caraterísticas especiais, que serão «reveladas na altura devida», que servirá «para tentar colmatar as necessidades que sentimos ao nível da busca e resgate em estruturas colapsadas».

«Esta é a continuidade de um plano que estamos a desenvolver há alguns anos. Quando chegámos, o Corpo de Bombeiros, em termos operacionais, estava muito depauperado. Tinha viaturas avariadas, a autoescada estava parada há mais de um ano. Temos vindo a fazer algum investimento na manutenção dos veículos que já existiam, que na sua maior parte têm 20 ou 30 anos», concluiu Rogério Bacalhau.

Afinal, afirmou, «estes bombeiros merecem!».

 

Fotos: Hugo Rodrigues|Sul Informação

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