Depois do quartel remodelado, bombeiros de Portimão precisam agora de auto-escada

O aniversário foi ainda marcado pelas distinções atribuídas a inúmeros bombeiros

«Não é uma urgência, é uma emergência: precisamos de uma nova auto-escada!» disse Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, dirigindo-se à secretária de Estado da Proteção Civil, na inauguração das obras do quartel dos Bombeiros Voluntários portimonenses, este domingo à tarde.

Já Richard Marques, comandante dos bombeiros, tinha chamado a atenção, no seu discurso, que o «veículo escada» deste corpo tem «40 anos de idade e 30 metros de comprimento», quando alguns «edifícios críticos», nomeadamente na Praia da Rocha, «chegam aos 90 metros». Por tudo isso, uma nova auto-escada apropriada à atual realidade é «um meio fundamental».

Estes pedidos foram feitos no dia do 93º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Portimão, assinalado com a inauguração das obras de ampliação e requalificação do seu quartel-sede, onde foram investidos perto de 700 mil euros, bem como com a entrega de equipamentos de proteção individual e ainda com a inauguração de meios de intervenção aquática (um semirrígido e três botes). Foi também entregue, pela empresa Transol, um novo autocarro de 51 lugares aos bombeiros. Ou seja, apesar do aniversário recheado de prendas, ainda há faltas a suprir.

No seu discurso, a presidente da Câmara recordou que, com o investimento feito nos últimos cinco anos, «cada bombeiro tem, neste momento, atribuído equipamento no valor de oito mil euros», o que corresponde a três equipamentos florestais e dois urbanos.

Anunciando uma boa notícia, que foi saudada com palmas pela assistência, onde estavam dezenas de bombeiros e as suas famílias, Isilda Gomes revelou que a Câmara está «a ultimar novos benefícios sociais para os bombeiros», que deverão avançar em 2020, logo que «algumas pequenas questões legais estejam esclarecidas».

 

Em declarações ao Sul Informação, a autarca haveria de explicar que esses benefícios sociais poderão passar, por exemplo, pela entrada ou utilização grátis de equipamentos desportivos municipais, como as piscinas, ou descontos nos bilhetes do TEMPO, entre outros.

Mas Isilda Gomes, mais uma vez dirigindo-se à secretária de Estado Patrícia Gaspar, recordou que, nas obras do quartel, financiadas por fundos europeus, a Câmara de Portimão assegurou a comparticipação nacional, pelo que a intervenção pôde avançar. «E se não comparticipasse, havia obra? Isto não pode ficar à mercê da decisão do presidente da Câmara!», sublinhou.

«Há muito para clarificar no edifício da Proteção Civil», acrescentou Isilda Gomes, avisando que «sem o patamar municipal, nada funcionará».

No seu discurso, a secretária de Estado respondeu a estes desafios, sublinhando querer «discutir o futuro dos bombeiros e voluntariado», repensar o «modelo de financiamento das associações humanitárias» e dar início «aos procedimentos tendentes à elaboração de uma lei de programação de investimentos para a Proteção Civil».

Por outro lado, para «capacitar cada vez mais os bombeiros» ir-se-á «apostar na formação e qualificação», e, por isso, «refletir sobre o futuro modelo da Escola Profissional de Bombeiros».

Outros desafios, anunciou Patrícia Gaspar, passam, por exemplo, pela «operacionalização da nova lei orgânica da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil» e pela «revisão da Lei de Bases de Proteção Civil do Sistema».

Em resumo, admitiu a governante, trata-se de um «plano muitíssimo ambicioso».

 

Mas a cerimónia de inauguração das obras do quartel dos Bombeiros de Portimão, que demorou mais de quatro horas, serviu igualmente para distinguir muitos bombeiros pelos seus serviços, com especial destaque para Margarida Costa, promovida honorificamente à categoria de Chefe, e para os chefes Francisco Águas, com mais de 46 anos de serviço, e Júlio Moisés, com mais de 48 anos de serviço. Este trio de soldados da paz exemplares foi aplaudido de pé pelos seus pares.

As obras de ampliação do Quartel-sede, que representaram um investimento de 625 mil euros, foram financiadas pelo Fundo de Coesão em 85%, tendo a componente nacional (15%) sido suportada pelo Município de Portimão (94 mil euros). Os trabalhos suplementares foram suportados pela Associação Humanitária.

Álvaro Bila, presidente da Associação Humanitária, explicou que as obras permitiram, por exemplo, criar «maior capacidade para os recursos humanos, que agora passam a poder pernoitar aqui com toda a comodidade. Nós temos 40 senhoras no corpo de bombeiros e não tínhamos uma camarata feminina».

Por outro lado, «as zonas de lazer ficam agora mais próximas das zonas operacionais», o que, explicou, «nos permite dar resposta mais rápida».

Também a nova central de comunicações foi ampliada e melhorada, passando agora a albergar, em simultâneo, «meios dos bombeiros, da proteção civil e da Cruz Vermelha. Há ainda capacidade para instalar mais um operador, necessário por exemplo em caso de catástrofe», revelou Álvaro Bila. «Ao centralizarmos os meios todos aqui, numa só central, aumentamos a nossa capacidade de resposta», assegurou.

Mais um dado para dar razão ao que disse a presidente Isilda Gomes: «os portimonense vêm em vós aquelas pessoas que, nas horas difíceis, são as que os ajudam».

 

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

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