Coordenadores do projeto “Healthy Cities” saíram satisfeitos da visita a Loulé

Responsáveis também deixaram um desafio bem vincado

Sebastian van Herk, lead expert do projeto “Healthy Cities”, e Marta Serra, coordenadora desta rede europeia, estiveram, de 2 a 4 de Dezembro, em Loulé, de onde saíram satisfeitos com o trabalho feito.

Neste périplo pelo concelho, a comitiva, acompanhada por Tiago Guadalupe, coordenador local, foi recebida por Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, numa sessão de boas-vindas.

O autarca referiu que esta participação nas “Healthy Cities” enquadra-se na mesma filosofia das “Vital Cities”: «tentar que haja muita gente a praticar desporto de forma informal, que haja convívio entre as pessoas, e que a cidade esteja preparada para isso», disse.

Nesta visita, os representantes do projeto puderam ver de perto alguns dos espaços públicos existentes no concelho, passíveis de serem áreas para a prática desportiva: Parque Municipal de Loulé, onde está em curso a terceira fase do projeto de reabilitação, Praceta J.A. Pires, recentemente requalificada e que integra agora um espaço verde com infraestruturas direcionadas para a prática desportiva, o emblemático Jardim das Comunidades, de Almancil, e a Avenida Engenheiro João Meireles, em Vilamoura.

No auditório do Centro Autárquico de Quarteira, Luís Vicente, também coordenador, apresentou a estrutura e os objetivos do Plano de Ação Local, bem como a constituição do grupo que irá trabalhar neste documento. Por outro lado, dois dos parceiros associativos locais – Clube de Ténis de Loulé e Let´s Go Run – apresentaram as iniciativas realizadas por estes clubes em prol da dinâmica desportiva.

 

 

No final da visita, ambos os representantes internacionais da rede mostraram-se satisfeitos com o que viram, sublinhando a importante dinâmica desportiva existente no concelho.

«Loulé está muito avançado em termos de organização das atividades desportivas e empenhado em envolver os clubes, é muito ativo nessa matéria. Pode constatar-se que Loulé tem experiência nos projetos europeus e internacionais, nomeadamente no anterior URBACT», frisou Sebastian van Herk.

No entanto, o lead expert apontou «o planeamento urbano» como o calcanhar de Aquiles, deixando mesmo uma sugestão: «olhar para a cidade em termos de planeamento urbano e do design, criando ruas mais amplas e ordenadas».

«É uma pena haver tantos carros… Promovem muito bem o desporto mas uma simples atividade física como andar na cidade torna-se mais difícil devido aos passeios estreitos, carros por todo o lado. É uma cidade tão bonita, até o Centro Histórico deveria estar livre de carros. Essa é uma decisão política mas seria uma boa escolha seguir nesse caminho, haver uma transição nessa direção», sublinhou.

Já da parte da coordenadora da rede, será essencial também haver um maior envolvimento dos diferentes departamentos, numa troca de conhecimento entre todas as organizações que, melhor que ninguém, conhecem os pontos fortes e os pontos fracos da cidade.

«O desafio é envolver os urbanistas, os arquitetos, o departamento de mobilidade da Câmara Municipal, entre outros, e reunir toda a informação. Este é um fortalecimento para a cidade já que há muito conhecimento dentro da cidade que precisa ‘explodir», considerou, por sua vez, Marta Serra.

Apesar de, por enquanto, este projeto não passar por nenhuma obra física, ao contrário do que aconteceu com as “Vital Cities”, segundo Tiago Guadalupe, que se mantém como coordenador de mais um projeto transnacional, «trata-se de uma rede de conhecimento, de troca de experiências, em que a preocupação é sobretudo criar um plano estratégico que nos permita ligar várias áreas como a parte ambiental, educativa, da ação social, do desporto, de forma a que tenhamos um concelho saudável».

A experiência enquanto parceiro líder do projeto “Vital Cities” poderá constituir uma mais-valia para a participação nas “Healthy Cities”.

 

 

«Vamos tentar passar aquilo que pensamos que fazemos bem mas também vamos aprender com os nossos parceiros porque certamente existe muito para aprender. Acreditamos que, relativamente aos desafios que acontecem a nível europeu, os problemas são os mesmos, a forma como são encarados é que pode ser diferente. Há cidades que são peritas no planeamento estratégico das cidades, outras que são peritas em promover a saúde da população através do desporto, há várias respostas que podem ser dadas para melhorar a saúde da população que, no fundo, é o que os municípios pretendem», concluiu Tiago Guadalupe.

Nestes primeiros seis meses, os responsáveis europeus irão visitar todas as cidades envolvidas na rede mas prevê-se que, nos próximos dois anos, regressem ao Algarve, acompanhados pelos representantes de outras cidades, para “aprender mais com Loulé” e ver de perto qual o nível de evolução local nesta matéria.

«Há cidades diferentes e todas são muito interessantes e todas elas tentam aproximar-se das questões da saúde urbana de pontos de vista diferentes. Isso irá enriquecer muito todas as cidades envolvidas», sublinhou Marta Serra..

Financiado pelo URBACT, “Healthy Cites” é um programa europeu de aprendizagem e troca de experiências na promoção do desenvolvimento urbano sustentável, que propõe criar uma rede de cidades para aprofundar a relação entre a saúde e o meio urbano, desenvolver políticas que coloquem o foco na melhoria do estado de saúde da população, bem como desenvolver uma avaliação rigorosa do impacto na saúde dessas políticas.

As cidades podem considerar ações de diferentes pontos de vista e por meio de políticas diferentes, mas a perspetiva da saúde global irá fornecer uma estrutura comum e irá permitir desenvolver metodologias de partilha.

Vic (Espanha), Pärnu (Estónia), Farkadona (Grécia), Falerna (Itália), Anyksciai (Lituânia), Malta (Malta), Alphen aan den Rijn (Holanda) e Bradford (Inglaterra) são as cidades parceiras de Loulé nesta rede.

Para saber mais sobre este projeto, basta clicar aqui.

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