Câmara de Tavira reafirma que nova ponte estará «em perfeita harmonia» com a paisagem

O movimento cívico “Tavira Sempre” contesta a obra

A Câmara de Tavira emitiu um esclarecimento, esta quinta-feira, 19 de Dezembro, onde reafirma que a nova ponte sobre o rio Gilão estará «em perfeita harmonia» com a paisagem, refutando as acusações do movimento de cidadãos que contesta a obra. 

O movimento “Tavira Sempre” trouxe a público, recentemente, um manifesto acerca da construção da nova ponte, mostrando-se contra a obra por estar não obedecer «a qualquer preocupação estética de integração da arquitetura típica da baixa».

Os cidadãos acusam a Câmara de Tavira de ter ignorado, «ao longo dos últimos anos, todas as críticas e perguntas, nunca explicando a escolha deste projeto, nem divulgando os estudos que o sustentam. A população viu-se completamente arredada do debate público e da decisão tomada pelo executivo camarário».

No comunicado emitido hoje, a Câmara diz que «a ponte em construção não é uma “ponte-viaduto”, como agora se pretende fazer crer».

Ana Paula Martins, presidente da autarquia tavirense, já tinha dito ao Sul Informação que a questão de a ponte prever uma via para trânsito automóvel não é um problema.

«Para mim, estar a fazer um investimento desta dimensão e não deixar preparada a possibilidade de haver uma via de trânsito, nem que seja para veículos de emergência, não faria sentido», disse, então.

«A solução pensada para este local carateriza-se pela simplicidade, esbelteza e qualidade de acabamentos, a qual se enquadra, discretamente, na envolvente urbana, sem ferir a paisagem ou o património histórico aqui presente», defende agora a Câmara, no comunicado emitido.

Para a elaboração do projeto, explica a autarquia, «foram convidadas oito equipas multidisciplinares (duas delas de Tavira), com a devida competência técnica e experiência em projetos na área. A seleção foi feita por técnicos municipais, igualmente experientes, competentes e com conhecimentos, que, entre outros critérios de adjudicação, avaliaram o enquadramento estético na envolvente».

O projeto acabou por ser adjudicado à empresa A2P – Estudos e Projetos, Lda. e subscrito pela A2P, Estudos e Projetos, Lda. (estrutura e fundações), Appleton & Domingos, Arquitectos, Lda. (arquitetura), Natural Works (iluminação) e pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa (levantamento e proposta de cor), «todas elas entidades idóneas».

Ao levar por diante este projeto de requalificação, «é intenção da autarquia proporcionar diversidade física e funcional de espaços lúdicos, desportivos e económicos. A instalação de equipamentos de recreio, lazer e desporto, assim como de apoio às embarcações de pesca artesanal, passageiros e marítimo-turísticas irão proporcionar um ambiente que apela à fruição do rio e da sua envolvente».

Neste comunicado, a Câmara não se inibe de tecer acusações ao Tavira Sempre, defendendo que a posição da autarquia «tem sido coerente desde o primeiro instante», ao contrário desse movimento que tem tido «oscilações».

Se, num primeiro momento, «afirmava veementemente ser contra a construção de uma nova ponte em Tavira, vem, agora, dizer que não está».

Por isso, apesar de «respeitar a pluralidade de opiniões», a autarquia critica «todo este burburinho em torno da nova ponte» pois «só tem vindo a prejudicar a imagem de uma cidade que tem sabido manter a sua essência e que em nada sairá prejudicada com esta nova travessia».

O executivo diz ainda que a «preservação e o desenvolvimento sustentável de Tavira são uma prioridade do executivo».

Esta intervenção enquadra-se na requalificação das frentes ribeirinhas da cidade, projeto em elaboração (fase de estudo prévio), a qual irá desenvolver-se na margem esquerda desde o Parque Verde do Séqua até ao cais do Largo José Joaquim Jara e na margem direita entre as pontes dos Descobrimentos e de Santiago.

A obra integra uma série de ações que visam requalificar o espaço público, promover novas dinâmicas nas margens, melhorar as acessibilidades e a mobilidade.

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