Secretária de Estado testou aplicação que faz de Vilamoura um destino mais inclusivo

Ideia passa por alargar a iniciativa a outras zonas de Vilamoura e do concelho de Loulé

Ana Sofia Antunes, secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, esteve, na passada terça-feira, em Vilamoura, para o lançamento de uma aplicação inovadora destinada a pessoas com deficiência visual.

Segundo a Câmara de Loulé, este «é um instrumento que contribuirá para o bem-estar de muitos munícipes e poderá reforçar o papel deste polo turístico junto de um nicho de mercado específico: turistas, que procuram um destino acessível em termos de mobilidade no espaço público».

«Mais do que o turista que vem para fazer uma escapadinha de três dias para conhecer uma cidade, cada vez mais temos o turista com mais idade, mais disponibilidade financeira para gastar e investir em Portugal, que fica durante mais tempo, daí que seja importante que quando ele cá chega possa ter espaços adaptados, tecnologia que o apoie, restaurantes acessíveis, casas-de-banho acessíveis, espaços por onde se
consiga deslocar», destacou Ana Sofia Antunes.

Esta aplicação móvel, que nasce de uma parceria entre a Inframoura e a Marina de Vilamoura, desenvolvida pela empresa My Eyes, mereceu elogios da secretária de Estado: «é uma tecnologia simples, acessível, que pode ser configurada com um conjunto de informação útil não apenas a pessoas cegas como também com baixa visão».

 

 

Como explicou Pedro Almeida, da empresa responsável por esta solução tecnológica, a aplicação “Inclusive Vilamoura – A city guide for All” envolve a utilização de pontos GPS com as coordenadas no exterior e, no interior, a tecnologia beatcon, transmitindo um sinal de Bluetooth para o telemóvel do utilizador.

A ideia, no futuro, é alargar a outras áreas de Vilamoura, como é o caso dos hotéis, campos de golfe e restaurantes, adiantou Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé. Para este responsável, também outras zonas do concelho poderão vir a aderir a esta inovação tecnológica.

Para o autarca de Loulé, sendo o turismo uma vertente fundamental da economia local, «seria impensável, tanto a nível humano, como a nível financeiro, não tentarmos tornar a nossa oferta turística mais acessível».

Segundo Vítor Aleixo, particularmente em Vilamoura, têm sido adotadas diversas medidas ‘no sentido de se tornar um destino inclusivo e inteligente».

 

Neste âmbito, «a par da criação da Estação Náutica de Vilamoura, que tem como um dos principais objetivos a melhoria das acessibilidades para os utentes de mobilidade condicionada, outros passos têm sido dados tendo em vista a acessibilidade no espaço público, como é o caso de medidas implementadas que valeram a atribuição do galardão de praias acessíveis às zonas balneares de Vilamoura, Quarteira, Forte Novo, Loulé Velho, Vale do Lobo e Garrão Poente», destaca a Câmara de Loulé.

Apesar do “Acessible Award” atribuído a Portugal pela Associação Mundial do Turismo, que veio premiar «o conjunto de ações desenvolvidas nos últimos anos», Ana Sofia Antunes acredita que há ainda muito por fazer nesta matéria.

Para a secretária de Estado, além da importância em colocar a tecnologia ao serviço dos cidadãos com deficiência, é fundamental uma outra dimensão ao nível da acessibilidade: a quebra de barreiras arquitetónicas que muitas vezes impedem a circulação de pessoas com mobilidade reduzida.

Vítor Aleixo partilha a mesma opinião e, no caso do concelho de Loulé, acredita haver ainda «um longo caminho a percorrer face às necessidades que existem», sendo que, aos poucos, realça a Câmara de Loulé, «o território está a ser adaptado a estas necessidades como é o caso da intervenção que está a ser realizada na Avenida José da Costa Mealha, artéria central da cidade de Loulé, que tem como um dos principais objetivos, melhorar a circulação das pessoas com dificuldades de mobilidade, quebrando algumas barreiras aí existentes».

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