Odiana mostrou ferramentas para potenciar Portugal e Espanha

Iniciativa decorreu em Castro Marim

A Odiana promoveu, esta quarta-feira, 13 de Novembro, uma iniciativa em que foram abordadas as ferramentas que podem ajudar a potenciar a zona transfronteiriça do Baixo Guadiana e da Andaluzia, seja a nível do emprego, mobilidade ou turismo. 

Este “Encontro Empresarial Transfronteiriço” decorreu no Castro Marim Golfe & Country Club.

«Unidos por um rio mas não só. Rotas transfronteirças que experienciam a gastronomia/enoturismo, o binómio património/cultura, a natureza, o turismo ativo e a água como um bem e meio turístico são os produtos-chave, «cuja viabilidade permite esbater as fronteiras e unir as margens de uma região vizinha e irmã», diz a Odiana.

«A organização da Odiana de uma manhã dedicada aos temas transfronteiriços é espelho do trabalho desenvolvido nos vários projetos de cooperação, mas também da importância que esta tem para o território do Baixo Guadiana. Foi neste contexto que a Odiana afirma a sua posição de promoção e desenvolvimento do Baixo Guadiana e dos seus Municípios “Unidos por um rio”», explica Sílvia Madeira, diretora da Odiana.

A abertura do evento, de resto, esteve a cargo de Conceição Cabrita, presidente da Odiana, Filomena Sintra, vice-presidente da Câmara de Castro Marim, Remédios Sánchez, consejala de Cooperação Transfronteiriça de Ayamonte, Madalena Feu, delegada regional do IEFP, e Alicia Jariego, do Servicio Andaluz de Empleo.

A primeira parte desta iniciativa, com o selo do projeto Eures Transfronteiriço, falou de temáticas como a mobilidade e o recrutamento além-fronteiras abordadas pelo IEFP e Servicio Andaluz de Empleo.

Este serviço promove a mobilidade através da remoção de obstáculos aos trabalhadores e empregadores fronteiriços. O Município de Tavira abordou ainda o empreendedorismo e as oportunidades no mercado de trabalho além-fronteiras.

O primeiro painel da manhã fechou com André Rodrigues, consultor de Recursos Humanos da Timing uma empresa ibérica jovem (2015) de recrutamento temporário, sendo a única que dispõe de escritório no sotavento algarvio – em Tavira.

O consultor evidenciou que a área agrícola, nomeadamente na produção de framboesas, foi a que teve maior recrutamento de trabalhadores.

 

 

Tendo em conta a sazonalidade, a aposta da Timing consiste na mobilidade de trabalhadores entre Portugal e Espanha.

Este responsável teceu também elogios aos trabalhadores portugueses apelidando-os como «únicos» na União Europeia devido às valências ao nível dos idiomas, a maior versatilidade laboral e a grande flexibilidade horária.

A segunda parte do evento abriu com a apresentação dos resultados do projeto “Destino Fronteira”, com Sílvia Madeira, diretora da Odiana, a enumerar um conjunto de resultados provenientes de entrevistas a empresários de ambas as margens do Guadiana, realizadas no âmbito do Plano de Ação Estratégico do projeto.

Os pontos fracos continuam a ser a: sazonalidade, fuso horário, circulação de bicicleta entre os países repleta de obstáculos, alojamentos locais isolados, ausência de promoção e desconhecimento recíproco do território (Portugal-Espanha).

Os pontos fortes, por seu lado, são a potencialidade da Eurocidade e a viabilidade de rotas transfronteiriças várias, o enoturismo, as potencialidades culturais e gastronómicas e possível desenvolvimento do Rio Guadiana a nível turístico.

Foi também apresentada uma banda desenhada e um guia de fronteira, concebidos como ferramenta de promoção da raia ibérica.

Ana Ladeiras protagonizou a apresentação sobre a “Promoção do Efeito Fronteira para a potenciação do Turismo”.

Como casos de sucesso reais estão exemplos de gastronomia e enoturismo. No turismo ativo, o nicho turístico do birdwatching começa a ganhar cada vez maior expressão, mas é nos Caminhos de Santiago que o turismo de fronteira ganha dimensão com mais de 80 mil caminhantes a iniciar marcha em Portugal.

Uma das mais fortes fragilidades reconhecida é o facto da raia transfronteiriça estar geograficamente fora dos centros de decisão.

Entre as temáticas com mais viabilidade a desenvolver conjuntamente estão o turismo ativo, o birdwatching ou as rotas do contrabando.

No final, a especialista em turismo lançou o repto com que iniciou a apresentação: «construir marca e produto sem perder a identidade».

A encerrar os trabalhos esteve a equipa da AECT Eurocidade do Guadiana com o diretor executivo Luís Romão e o diretor técnico Fran Muñoz que apresentaram o Projeto EuroGuadiana 2020.

A primeira parte deste evento foi realizada no âmbito do projeto EURES Transfronteiriço Andaluzia Algarve, liderado pelo Servicio Andaluz de Empleo e pela Delegação Regional do Algarve do Instituto do Emprego e Formação Profissional I.P., e do qual a Odiana é parceira, cofinanciado pelo Programa para o Emprego e a Inovação Social (EaSI) da União Europeia.

A segunda parte da iniciativa, focada no Turismo de Fronteira, inseriu-se no projeto “Destino Fronteira”.

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