O fim de uma era: Câmara de Faro retoma posse do parque de campismo

Objetivo é que parque de campismo esteja requalificado até ao Verão

O Parque de Campismo da Praia de Faro voltou para as “mãos” da Câmara Municipal, esta segunda-feira de manhã, «de forma pacífica», pelo que as obras de requalificação já podem arrancar.

Os ocupantes do parque retiraram os seus pertences ao longo dos últimos dias e hoje, data marcada para o início das obras, apesar de continuarem os trabalhos de remoção, a Câmara pôde retomar a posse do espaço.

Para trás ficaram montanhas de lixo e de pertences que, quem ali esteve durante vários anos, não quis, ou não conseguiu retirar.

Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, tal como o restante executivo camarário, esteve esta manhã no Parque de Campismo. O autarca não se livrou de algumas “bocas”, mas a situação não passou disso mesmo e o dispositivo da GNR presente não teve de atuar.

O edil ainda trocou algumas palavras com Luís Arsénio, presidente da Associação de Amigos e Utentes do Parque de Campismo, mas a troca de argumentos não durou mais do que alguns, breves, minutos.

Ainda assim, Rogério Bacalhau, em declarações aos jornalistas, deixou uma «palavra de apreço a todos aqueles que retiraram os pertences e a todos aqueles que ainda estão a retirar as suas coisas. Queria agradecer a colaboração. Esta foi uma etapa da vida deles, mas, no futuro, poderão continuar a vir para aqui, como todos os outros».

Segundo o autarca, «há três pessoas que estão a ser acompanhadas pela Ação Social, porque não têm outra residência. Estamos a criar soluções para que as pessoas possam sair daqui e possam ser realojadas condignamente», garantiu.

roulottes que, para já, se mantêm no espaço e não serão retiradas pelos proprietários porque «não têm condições para sair. Quando fizermos a limpeza, iremos retirar as roullotes, que serão para abater».

Tendo em conta o processo «calmo e sereno», a intenção da Câmara de Faro assumida, na semana passada, de processar os utentes e a associação caso não fosse possível iniciar as obras esta sexta-feira, «não se coloca. Essa foi a nossa reação à possibilidade de haver uma nova contenda judicial. Tendo em conta a atual situação, nada disso se justifica».

Essa tomada de posição da autarquia foi, aliás, um dos motivos pelos quais os ocupantes do parque saíram a tempo do início das obras. «As pessoas saem porque foram ameaçadas, mas termina de forma pacífica e as pessoas estão a sair normalmente sem criar problema nenhum», considerou Luís Arsénio, em declarações ao Sul Informação.

Sobre o futuro parque de campismo que vai nascer no local, o presidente da Associação de Amigos e Utentes do Parque de Campismo da Praia de Faro acredita que «os farenses vão ter uma desilusão, porque o parque de campismo que vai ser feito não terá condições para ser um parque em que as pessoas possam usufruir e ter com dignidade os seus momentos de lazer».

Terminada uma era para o Camping da Praia de Faro, o objetivo é que, no próximo Verão, este espaço esteja requalificado e possa receber todos os campistas.

Ainda assim, tendo em conta o atraso no início das obras, que estava previsto para 1 de Outubro, essa é uma garantia que Rogério Bacalhau ainda não pode dar: «vamos tentar, mas não podemos garantir».

 

Fotos: Nuno Costa|Sul Informação

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