A partir de amanhã: Cirurgiões recusam trabalho suplementar nas Urgências do Hospital de Faro

Condições de trabalho «manifestamente deficitárias» estão na origem da decisão

Os cirurgiões do Hospital de Faro vão recusar-se a fazer trabalho suplementar no serviço de Urgências, já a partir deste domingo, dia 1 de Dezembro, noticia este sábado o jornal «Expresso».

Por causa disso, ao longo do mês de Dezembro, deverá haver vários turnos sem qualquer cirurgião nas Urgências. O Expresso acrescenta que haverá também dias em que apenas estará de serviço um único médico cirurgião, enquanto noutros a escala só será assegurada por médicos externos contratados.

A decisão dos cirurgiões da unidade de Faro do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) foi tomada devido às condições de trabalho «manifestamente deficitárias».

Em carta enviada ao Conselho de Administração do CHUA em finais de Outubro, que o jornal Expresso cita, os clínicos enunciam as razões da sua decisão: a «sistemática inexistência de camas para internamento de doentes urgentes», a «recorrente ausência de acesso ao bloco operatório num tempo considerado ótimo» ou os «sistemáticos entraves à realização de exames complementares de diagnóstico».

Os cirurgiões queixam-se ainda do tempo excessivo que têm de prestar serviço nas Urgências, já que há muito que todos ultrapassaram as 200 horas de trabalho suplementar anuais previstas na lei.

Ao Expresso, Ana Paula Gonçalves, administradora do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, reconheceu as muitas horas que os cirurgiões têm feito nas Urgências de Faro, adiantando que «será feito um reforço da contratação do serviço de médicos externos». Aquela responsável garantiu ainda que «não vai haver turnos sem cirurgiões em Dezembro».

Este sábado, reagindo à notícia, a ministra da Saúde Marta Temido garantiu que as escalas «estão asseguradas» no Centro Hospitalar Universitário do Algarve , já que há um «número significativo adicional» de médicos.

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