Já reabriu o Clube União Portimonense

«Pretendemos manter um local de convívio no centro da cidade, para que o movimento associativo não morra»

O Clube União Portimonense tinha fechado portas a 1 de Julho de 2018, expulso das suas instalações num edifício antigo da cidade de Portimão pela especulação imobiliária. Mas esta que é a segunda mais antiga coletividade do concelho reabriu as suas portas no sábado, 26 de Outubro, em novo espaço na Rua de Olivença, bem no centro da cidade.

«Levou tempo, mas conseguimos!», disse Armando Santana, vice-presidente do Clube União Portimonense ao Sul Informação. «Este nosso novo espaço não é tão carismático como o que tínhamos antes, nem tem a mesma dimensão, mas iremos manter o espírito de antes, que é a divulgação da cultura local, dos músicos e artistas locais, da recuperação de algumas tradições de festas antigas», como os assaltos de Carnaval.

No fundo, explica Armando Santana, «o que pretendemos é manter um local de convívio no centro da cidade, para que o movimento associativo não morra nesta zona mais antiga».

 

O núcleo duro de associados

O novo espaço, na Rua de Olivença, nº 3, quase ao lado do Café Brasil, passará agora a estar aberto às sextas-feiras e sábados à noite. «O que não quer dizer que, noutros momentos, não possamos abrir mais dias, por exemplo para uma tertúlia ao fim do dia. Mas será sempre em horário pós-laboral, porque todos os associados que fazem isto mexer têm a sua vida e os seus trabalhos».

Armando Santana salienta que, como acontece na esmagadora maioria das coletividades, o Clube União Portimonense mantém as suas atividades devido a «muita dedicação e muita carolice».

«Se quiséssemos ir para os arredores de Portimão, tínhamos arranjado instalações mais cedo e até mais baratas. Mas quisemos manter-nos aqui, no centro», acrescentou. Tal como no palacete onde estavam anteriormente, também aqui as instalações são arrendadas. «Mas os senhorios são pessoas que nos conhecem e acreditam em nós. A nossa reputação ajudou e os nossos associados fizeram o resto».

Para preparar as novas instalações, o clube precisou de algum investimento, uma vez que não havia, por exemplo, casas de banho. O interior do espaço, amplo e com um pé direito bem alto, foi todo recuperado, criando-se até um mezanino que é «um espaço acolhedor». «Não tem as dimensões do anterior, mas temos aqui umas instalações muito dignas», garante Armando Santana.

 

João Segurado e Isilda Gomes, presidentes do Clube União Portimonense e da Câmara Municipal de Portimão, cortam a fita

No sábado, na festa da reabertura, estiveram presentes os associados e os amigos, como a Junta de Freguesia, representada pelo seu presidente Álvaro Bila, e a Câmara de Portimão, representada pela sua presidente Isilda Gomes, pelo vice-presidente Filipe Vital e pela vereadora Teresa Mendes.

A festa teve muita música, mas foi feita a «custo zero»: «os artistas locais e outros até menos locais quiserem marcar a sua presença», neste momento simbólico.

A partir de agora, o Clube União Portimonense vai então passar a abrir portas às sextas-feiras e sábados à noite, voltando a ser um bom local para ouvir música ao vivo e beber um copo. A exceção será o próximo fim de semana. É que, no sábado, faz 95 anos outra coletividade local, a Sociedade Vencedora Portimonense, e, «para não lhes fazer concorrência, até porque também fomos convidados para a festa, vamos estar fechados nesse dia», anuncia Armando Santana.

«Estamos todos empenhados em não deixar morrer as tradições e as coletividades de Portimão», garantiu o vice-presidente do mais do que centenário clube.

 

João Segurado, Isilda Gomes e Armando Santana

 

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