É Dia Nacional da Água, mas há pouca para festejar

Águas do Algarve relembra que a dessalinização surge «como uma das alternativas ao abastecimento público»

No Dia Nacional da Água, o cenário podia ser bem melhor. As barragens do Algarve e Alentejo apresentam níveis baixos. O cenário mais preocupante é na albufeira do Monte da Rocha que serve os concelhos de Castro Verde, Ourique e Almodôvar e que só está com 8,8% da capacidade de armazenamento. 

No Algarve, a barragem de Odelouca tem 37,2% da carga total, segundo dados oficiais, de Setembro, do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos. Esta é a única albufeira, do Algarve, destinada apenas a consumo humano.

Já as barragens do Beliche e Odeleite (para fins múltiplos) estão com 33,1% e 40,1%, respetivamente.

Odelouca, Beliche e Odeleite são as albufeiras que servem para abastecer o consumo humano de todo o Algarve e, com a falta de chuva, o volume de água armazenado começa a ser preocupante.

A própria empresa Águas do Algarve tem reforçado a mensagem de que há água, de certeza, até ao final do ano. Depois disso, se não chover…

Quanto às barragens destinadas apenas a fins agrícolas, os números são um pouco mais animadores: Arade (30,2%), Funcho (63,8%) e Bravura (34,4%).

Nesta equação, também é importante referir que, segundo dados do IPMA, grande parte do território algarvio está em seca extrema ou severa.

 

Odelouca

 

Passando para o Alentejo, os números da carga total mais preocupantes são nas albufeiras do Monte da Rocha (com apenas 8,8%), de Vigia, no Redondo, (10,2%) e a do Roxo, em Aljustrel, com 18,9%.

A barragem do Alqueva, a maior de Portugal e da Europa, está, por sua vez, com 66,6% da capacidade máxima, ainda longe de uma situação dramática. Mas, mais uma vez, se continuar a não chover.

Já a barragem de Santa Clara, situada em Odemira, que serve o perímetro de rega do Mira, apresenta 47,9% do seu total de armazenamento.

Por fim, a albufeira do Enxoé, que abastece os concelhos de Serpa e Mértola, está com 48,8% da sua capacidade.

Quanto às bacias hidrográficas, os números também não são famosos. A do Guadiana, que tem, no Baixo Alentejo e Algarve, as barragens do Beliche, Odeleite, Alqueva, Enxoé e Vigia, está com 62,5% do volume total, abaixo da média.

Por sua vez, a do Mira (albufeira de Santa Clara) tem 47,9% do total armazenado.

Quanto à bacia hidrográfica do Sado (barragens de Roxo e Monte da Rocha) apenas está com 28,1% da sua capacidade. Esta é, aliás, a bacia que apresenta números mais baixos em todo o país.

A do Arade, que incorpora as barragens do Funcho, Odelouca e Arade, está com 41,8%.

Por fim, a bacia hidrográfica do Barlavento, em que está incluída a albufeira de Bravura, tem 34,4% da sua capacidade.

Com os números algarvios apresentados, a empresa Águas do Algarve veio a público alertar para a necessidade de os consumidores adotarem boas práticas na região.

É que todos devemos «dar o nosso contributo em prol do uso eficiente da água, um bem cada vez mais escasso, para o consumo humano», relembra. 

Por isso, são importantes dicas como não ter a torneira ligada enquanto se lavam os dentes, tomar um duche rápido e regar ao início da manhã ou ao fim da tarde.

Numa nota emitida a propósito do Dia Nacional da Água, a Águas do Algarve aborda ainda a questão da dessalinização que surge «como uma das alternativas para o abastecimento público».

De resto, o avanço da dessalinização vai ser estudado, tal como o Sul Informação já contou.  

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