Cristóvão Norte quer que saúde no Algarve seja «prioridade nacional»

Deputado do PSD reagiu publicamente ao anúncio de que CHUA foi quem mais contratou médicos tarefeiros em 2018

O deputado do PSD Cristóvão Norte diz que «é preciso impor o Algarve como prioridade nacional no Serviço Nacional de Saúde», na sequência do anúncio de que o Centro Hospitalar Universitário do Algarve foi a instituição que registou maior aumento de contratação de médicos tarefeiros, em 2018.

Ao todo, foram gastos mais de 8,2 milhões de euros para contratar acima de 238 mil horas de serviço. O parlamentar algarvio diz mesmo que foi batido «o recorde de custos com médicos tarefeiros».

«Os serviços de médicos tarefeiros, que deviam ser a excepção, são cada vez mais a regra. O custo para o Estado e para nós contribuintes, por cada hora, é de 50 euros, enquanto alguém que tenha vínculo ao SNS, especialista, recebe 26 euros por hora», enquadrou Cristóvão Norte.

«É uma injustiça brutal e um incentivo perverso a que os profissionais abandonem o SNS. Pior, todos compreendem que este modelo não permite a criação de equipas sólidas, o conhecimento entre os profissionais, a estabilidade nas opções clínicas e acompanhamento dos doentes, enfim, piora a qualidade dos serviços prestados», acrescentou.

Não obstante, o deputado social-democrata eleito pelo círculo eleitoral de Faro diz compreender que «o CHUA, se não há mecanismos poderosos para fixar médicos na região e ao SNS, isto, por muito indesejável que seja, é o melhor que podem fazer. Este é um problema que o CHUA não tem condições para resolver, mas sim o Governo».

«É preciso impor o Algarve como a primeira prioridade nacional na Saúde. Este modelo de contratação de médicos acontece por todo o país, mas tem uma expressão completamente abusiva e desajustada no Algarve. O Bastonário da Ordem dos Médicos sublinhou que a verba anual gasta a nível nacional asseguraria a contratação de 5000 médicos para o SNS», defendeu Cristóvão Norte.

«Chega de declarações piedosas em que se diz que se quer diminuir os tarefeiros e na prática aumenta-os. O recurso a tarefeiros deve ser reservado a situações excepcionais, casos de aumentos de procura por um pico de gripe ou no verão, mas não mais do que isso porque desestrutura equipas, não favorece a responsabilidade e tem muito maior dificuldade de colocar o doente no centro das decisões, prestando-lhe o acompanhamento que carece», acrescentou.

As soluções para este problema «crónico e estrutural» do SNS do Algarve passam por um novo hospital e com a criação de mecanismos eficazes para fixar médicos na região.

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