RIAS celebra 10 anos a salvar animais selvagens no Algarve

RIAS já acolheu mais de 11 mil animais selvagens feridos desde a sua criação, há 10 anos

Um Bioblitz onde se tentará identificar o maior número de espécies de animais e plantas possível, num período de 24 horas, e um dia aberto, com muitas atividades mãos-na-massa, são as atividades com que o RIAS – Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens da Ria Formosa vai celebrar os seus 10 anos, amanhã e domingo, na Quinta de Marim, sede do Parque Natural da Ria Formosa, em Olhão.

Amanhã, entre as 00h00 e as 24h00, a Quinta de Marim é palco de um Bioblitz. «Vamos dedicar-nos a vários grupos de seres vivos, desde insetos a mamíferos, aves, repteis, anfíbios e também plantas. Vamos tentar identificar o máximo que conseguirmos», revelou ao Sul Informação Fábia Azevedo, a coordenadora do RIAS.

«Ao final da tarde de sábado, vai haver danças e animação. Depois de jantar, a partir das 21h00, haverá concertos, para podermos celebrar», acrescentou.

No domingo, o dia vai ser dedicado exclusivamente ao RIAS. «Vamos ter um dia aberto em que as pessoas vão poder fazer tratamento aos animais e alimentá-los. Também iremos devolver à natureza animais recuperados e temos uma apresentação com os 10 anos de atividades».

No mesmo dia, «as pessoas vão poder ajudar-nos a construir poleiros para o centro, para utilizarmos nas aulas, construir caixas ninhos para as aves e, paralelamente, vamos fazer outro tipo de atividades: hotéis para insetos, um peddy paper, oficinas relacionadas com natureza».

De manhã, haverá um concerto para crianças e, ao final do dia, por voltas das 16h00, há um concerto com música dos anos 80 e 90. A fechar, não faltará um bolo.

O programa completo da festa de aniversário do RIAS pode ser consultado na íntegra aqui.

 

Falcão-peneireiro

 

Ao longo de dois dias, celebrar-se-á a década que passou desde que a associação Aldeia tomou conta deste centro de recuperação existente na sede do PNRF e lhe deu um novo impulso.

Neste período, o RIAS ajudou mais de 11 mil animais, cerca de metade dos quais foram devolvidos ao seu habitat natural.

«Já recebemos, no total, 14137 animais, dos quais 11135 estavam vivos. Desses foi possível libertar  5562. A taxa de libertação ronda os 50% e é um resultado muito bom, comparando com a média dos centros de recuperação», segundo Fábia Azevedo.

«Também é de salientar o número de ações de sensibilização que temos feito para a comunidade. Nestes anos, já fizemos mais de três mil, e foram cerca de 160 mil as pessoas sensibilizadas diretamente por nós e que contactaram diretamente connosco», disse.

Tudo isto tem sido possível graças ao apoio da ANA Aeroportos, o patrocinador principal do RIAS, «que nos permite pagar metade do orçamento anual».

«Para garantir o resto do orçamento, temos recorrido a projetos com municípios. Por exemplo, aqui com a Câmara de Olhão temos o projeto de educação ambiental, para fazer atividades em todas as escolas de ensino básico», explicou a coordenadora do RIAS.

A empresa Águas do Algarve, bem como outras empresas e entidades, também dão a sua ajuda.

«Temos ainda campanhas de apadrinhamento dos animais, em que pessoas podem ajudar na recuperação de um animal. Por outro lado, participamos em feiras para angariar donativos», contou.

Ou seja, o RIAS tem tido de ir atrás de apoios, para melhor cumprir a sua missão. «São 10 anos de luta, mas que valeram a pena, senão não continuávamos», concluiu Fábia Azevedo.

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