Sem áreas protegidas, provavelmente, hoje já não existiria uma Ria Formosa tal como a conhecemos e a Costa Alentejana seria um «novo Algarve». A opinião é do arquiteto paisagista Miguel Jerónimo, membro da direção da associação ambientalista GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, em entrevista ao Fumaça.
No entanto, a ação das áreas protegidas é limitada, acredita Miguel Jerónimo. «Os únicos recursos que as áreas protegidas têm é, eventualmente, passar multas; tornam mais difícil, para um investidor, usar certas práticas insustentáveis. Mas elas continuam a acontecer».
Nesta entrevista, o membro do GEOTA falta sobre a reforma da floresta da atual legislatura, conservação da natureza e gestão de áreas protegidas.
Numa pesquisa no site do Diário da República, procurando pelas palavras “abate de sobreiros”, no período desta legislatura, é possível perceber que os ministérios da Agricultura e do Ambiente, em conjunto, ou isoladamente, autorizaram o abate de, pelo menos, 13.179 azinheiras e 4.321 sobreiros – mais de 70% árvores adultas.
Há um dado claro: oito dos 13 abates foram autorizados para a construção ou ampliação de barragens; outros três para ampliação de unidades fabris ou parques industriais. Tanto as azinheiras como os sobreiros são espécies protegidas.
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