Palco novo, mais 1 hectare, copo reutilizável e tenda tecnológica são as novidades da FATACIL

Artesanato genuíno volta a ser aposta

A FATACIL, que vai decorrer entre 16 e 25 de Agosto, em Lagoa, vai ter uma tenda tecnológica a pensar nos mais jovens visitantes, mais 10 mil metros quadrados de espaço para expositores e um palco novo, situado no relvado do Estádio Josino da Costa. Vai também estrear o copo reutilizável. Estas são as principais novidades da 40ª edição do mais importante certame de Verão a sul do Tejo.

Luís Encarnação, o novo presidente da Câmara de Lagoa, apresentou esta quinta-feira a FATACIL, em conferência de imprensa. A primeira novidade, anunciou, foi a decisão de «mudar o local do palco», que sai do recinto da feira para o Estádio Josino da Costa, que fica contíguo.

«Aproveitando a necessidade de substituir o relvado e a drenagem do estádio, resolvemos colocar o palco no topo poente do relvado», explicou o autarca.

Isso libertou o espaço antes ocupado pelo palco, cerca de 10 mil metros quadrados (um hectare), para acolher mais expositores, aumentando «a área útil da feira para quase 60 mil metros quadrados».

A mudança também permitiu fazer «o redimensionamento do espaço de exposição» em toda a feira, para garantir «melhor circulação das pessoas». Com estas alterações e com o acrescento do hectare adicional de espaço, será possível passar de uma lotação máxima diária de 20 mil pessoas para 25 mil.

Tendo em conta que, no ano passado, houve 180 mil visitantes, ao longo dos habituais dez dias de FATACIL, Luís Encarnação admitiu que este acréscimo de espaço irá tornar mais cómoda a circulação no recinto. Os meios eletrónicos usados nas entradas e saídas permitem à organização «aferir o número de visitantes em qualquer momento presentes no espaço». No entanto, para garantir maior segurança, também foi aumentado «o número de câmaras de vigilância».

 

E porque o presidente da Câmara quer que «a história das dificuldades em chegar a Lagoa e à Fatacil faça parte do passado», está a ser feito, em conjunto com a GNR, um esforço acrescido na facilitação dos acessos, mas também na criação de mais zonas de estacionamento e mais rápido acesso às bilheteiras. A solução já foi testada no ano passado, «e correu muito bem», pelo que este ano haverá «mais lugares de estacionamento e mais bilheteiras em funcionamento».

Outra novidade será a introdução do copo de plástico reutilizável, que custará 1 euro e poderá ser devolvido no final. «O desafio é de reduzir os resíduos de plástico produzidos na FATACIL», explicou Luís Encarnação.

No artesanato, que já foi o setor bandeira do certame, houve este ano um novo esforço para «separar o trigo do joio». Com a parceria da Associação de Artesãos do Algarve, haverá artífices a trabalhar ao vivo, numa secção a eles dedicada. E a sua participação na feira até poderá ser gratuita. «Artesãos que trabalharem cinco ou mais horas ao vivo, na prática, vão estar na FATACIL de forma gratuita, porque ser-lhes-á devolvido o dinheiro da inscrição», disse o edil.

Aproveitando a «grande montra dos produtos de Lagoa e do Algarve», ou mesmo nacionais, que a feira é, no lounge haverá sempre a possibilidade de provar os vinhos algarvios. E, este ano, até haverá pores-de-sol a partir das 18h30, com música ao vivo e de copo de vinho na mão.

Como todos os anos, desde 2015, «recebemos também na feira a Cidade Portuguesa do Vinho, ou Europeia, quando coincide com a Cidade Portuguesa», desta vez a convidada será Peso da Régua, cidade à beira do rio Douro.

 

Mário Dias, diretor regional adjunto de Agricultura e Pescas do Algarve

Mário Dias, diretor regional adjunto da Agricultura, também presente na conferência de imprensa, anunciou que, na tenda institucional desta entidade que «apoia desde sempre a FATACIL» estarão também outros organismos oficiais, como o ICNF, com uma exposição sobre a Prevenção de Fogos Florestais, a Direção Regional de Cultura, a mostrar o Património algarvio, a empresa Águas do Algarve, com a sua campanha pelo uso eficiente de água, a Docapesca, a promover as espécies do mar do Algarve, ou mesmo os Grupos de Ação Local (Vicentina, In Loco e Terras do Baixo Guadiana).

No já habitual espaço «aMaraTerra», será dada «muita importância aos produtos regionais», nomeadamente frutos secos, doçaria, enchidos, produtos do mar, artesanato associado.

Outro espaço que já é tradição na feira é o das raças autóctones. Estarão presentes exemplares de cabra algarvia, ovelha churra algarvia e de vaca algarvia, «raça que se julgava perdida e que estamos a fazer um grande esforço para a sua recuperação».

 

Emídio Paias, responsável pela FATACIL Equestre

Ligado a esta área mais terra a terra, embora sob a direção de Emídio Paias, está o setor equestre da FATACIL, que já se tornou «referência não só nacional, como internacional». O cartaz é forte e até atrai cavaleiros e outros aficionados de todo o país e mesmo de Espanha.

Em termos de espetáculos, Emídio Paias chamou a atenção para a «estreia absoluta em Portugal» do espanhol Paco Martos, com «Cavalgarve», nos dias 21, 24 e 25, às 21h30.

Outro destaque é a Noite Ibérica, que reúne Alvaro Tebas, o atual campeão de Espanha de Doma Vaquera, mano a mano com Miguel Fonseca, campeão de Portugal de Equitação de Trabalho, e Manuel Veiga, campeão de Portugal de Dressage, tudo isto acompanhado pela guitarra portuguesa de Ricardo Martins e pela guitarra de flamenco. Será no dia 22 de Agosto, também às 21h30.

«Este ano, pela primeira vez, é nossa preocupação apoiar o que está em vias de extinção, pelo que teremos aqui uma apresentação da Burro Ville, com os seus burros da raça Mirandesa, a única existente em Portugal e da qual só existem 800 exemplares.

Outra novidade do setor equestre será a possibilidade de propiciar aos visitantes da feira o seu «batismo a cavalo», que será feito pelas cinco escolas de equitação presentes e que dará até direito a um bonito diploma.

Num ano em que o parceiro da FATACIL é a Associação de Municípios Terras do Infante, que integra Lagos, Aljezur e Vila do Bispo, quem comprovar que nasceu no dia 21 de Junho de 1980 (dia da abertura da primeira edição da FATACIL, então ainda com o nome de Feira Regional de Lagoa) terá direito a entrada grátis no certame.

Quanto às entradas, os preços aumentaram 50 cêntimos – o bilhete diário custará 4 euros, o bilhete de família 14 euros e a pulseira para os 10 dias atinge os 25 euros.

O orçamento da FATACIL 2019 «ronda um milhão de euros», sendo que só os espetáculos custam à organização 202 mil euros. E essa parte é bem importante e destinada a todos os públicos: logo na primeira noite, atuam os Xutos & Pontapés que, tal como a feira, comemoram 40 anos. Os Calema chegam na noite de sábado, 17. No domingo, 18, é o dia de Zebra Sépia – grupo lagoense finalista do concurso de Musica Já – e dos Wet Bed Gang.

João Pedro Pais sobe ao palco na noite de segunda, 19, e Matias Damásio na terça, dia 20. A meio da semana, Quim Barreiros promete animação.

Blaya vai atuar na quinta, dia 22. As três últimas noites acolhem Jorge Palma, a 23, Mariza a 24, e Richie Campbell, a encerrar, a 25 de Agosto. Ou seja, tudo está a postos para mais uma grande edição da FATACIL.

Comentários

pub