21 mulheres juntam-se para mostrar que F também é teatro

Festival F volta a ter programação de teatro

Há professoras de teatro, atrizes e bailarinas e até a comissária do programa “365Algarve”. São 21 mulheres, unidas pela cultura e pelas raízes à mesma região. Todas têm «um grande power» e aceitaram o desafio de participar numa performance: um momento «de comunhão feminina». Vai ser a 5, 6 e 7 de Setembro no Festival F, em Faro. 

Tal como no ano passado, a edição de 2019 deste certame terá, além da componente musical, uma programação de teatro, a cargo do LAMA –  Laboratório de Artes e Media do Algarve.

João de Brito, ator e diretor artístico desta companhia, explicou ao Sul Informação de onde surgiu a ideia de fazer esta performance.

«São mulheres que se cruzaram comigo na minha vida artística. Só uma é que não, que me foi aconselhada por outra pessoa. Tenho ali a minha primeira professora de teatro, pessoas que fazem programação cultural, que são atrizes, bailarinas, professoras de dança. Por isso, pensei em juntar tanta gente com influência cultural no Algarve».

E quem são elas? Ana Beatriz Lopes, Ana Borges, Ana Cristina Oliveira, Anabela Afonso, Ana Lopes Gomes, Catarina Bento, Carolina Cantinho, Carolina Santos, Clarisse Ricardo, Filipa Rodriguez, Joana Martins, Laura Pereira, Leticia Blanc, Maria Adelaide Fonseca, Maria João Gonçalves, Natasha Bulha, Nelda Magalhães. Rita Rodrigues, Tânia Silva, Teresa Coutinho e Teresa Henrique. 

Anabela Afonso, por exemplo, é a comissária do programa “365Algarve”, enquanto Nelda Magalhães e Teresa Coutinho são atrizes.

Certo é que todas têm ligações ao Algarve e, acima de tudo, «um pensamento artístico sobre o que se faz na região», garante João de Brito.

 

«Foi muito difícil juntá-las e por isso também acredito que vai suscitar maior curiosidade. Tive este devaneio e, olha, consegui! Também pensei: como é que vou trazer pessoas para um sítio fechado, num festival que acontece na rua? Assim surgiu a ideia», explicou o ator.

A escolha de fazer uma performance só com mulheres, reconheceu João de Brito, também foi «simbólica».

«O F é de Faro, mas também pode ser F de feminino. Nesta altura em que tentamos uma igualdade de género, que é cada vez mais justa, achei que esta podia ser a minha ínfima parte de contributo para essa luta. Penso que, por ser diferente, vai ser uma performance que vai atrair o público. São 21 mulheres com um grande power, isso garanto», disse, entre risos.

Para este momento, que será especial e se vai realizar, nos três dias do festival, sempre às 21h00, na sala do Morcego da Associação de Músicos, só haverá dois ensaios. Por isso, toda a performance ainda não tem um caminho bem definido.

«Ainda será explorada, mas a abordagem estará relacionada com a dicotomia entre o tempo de leitura de um livro e o estares online. Esta coisa entre estares online, a mostrar ao mundo que estás ali, e, por outro lado, o facto de poderes viajar pelo mundo através das palavras, ao ler um livro», explicou.

«Vai ser quase uma exposição viva, com a porta sempre aberta. As pessoas entram, veem e podem sair quando bem entenderem», acrescentou.

Da programação de teatro do F, fazem parte ainda mais três espetáculos, todos a serem exibidos no Palco Ria, às 20h00. No primeiro dia, será “Aceitas”, de Marta Costa, um espetáculo de clown, «sem falas e com muita mímica».

No segundo, subirá ao palco o novo circo “A tempo” e, no último, “Os grandes não têm ideias”, da Companhia Fértil, um espetáculo «vincadamente de teatro».

Toda esta programação tem como objetivo «trazer as pessoas mais cedo ao Festival».

«As pessoas vão, inevitavelmente, mais pela música: tenho consciência disso, mas acredito que vamos conseguir atrair pessoas também para o teatro», concluiu João de Brito.

 

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