Helena Tapadinhas lança o seu «Alfaiate», um conto que fala de «mudança»

O livro foi apresentado em Monchique, perante sala cheia

«A mudança que está aqui plasmada neste conto é não só a do Algarve, mas a mudança de um mundo que desapareceu». Foi assim que António Manuel Venda, editor da On Y Va, apresentou este domingo o livro «Alfaiate», da autoria de Helena Tapadinhas.

Com este conto, que a autora garantiu ser «quase uma novela», Helena Tapadinhas tinha ganho, em 2017, o Prémio Literário Santos Stockler, promovido pela Câmara Municipal de Lagoa. Mas só agora, dois anos depois, o livro com o conto premiado foi finalmente editado, pela editora On Y Va e pela autarquia lagoense.

A obra foi já lançada oficialmente em Carvoeiro, em Junho, e começou agora a ser apresentada em vários locais. O primeiro deles foi a sala multiusos da Junta de Freguesia de Monchique, no passado domingo, 18 de Julho, ao fim do dia.

Perante quatro dezenas de pessoas, José Gonçalo, presidente da Junta, António Manuel Venda, escritor e editor, e a própria autora falaram um pouco da história contada no livro. Helena Tapadinhas leu (e interpretou, ou não fosse ela uma mulher do teatro) também trechos do conto.

«No “Alfaiate”, o que temos é o retrato de um tempo que não voltará. É o testemunho mais feliz sobre um determinado Algarve que alguns de nós teremos conhecido, mas que não voltará mais», salientou António Manuel Venda.

 

 

Helena Tapadinhas haveria de frisar que «mudança» é talvez a palavra de base deste seu conto, «mudança de um paradigma cultural», uma mudança vivida e contada na primeira pessoa por um cão, o tal Alfaiate. «É uma mudança que está sempre a acontecer, mas que agora se acelerou. A mudança daquilo que era o alicerce das culturas, quando as pessoas viviam do território, viviam do que a terra ou o mar davam. Isso está a acontecer», salientou a autora.

No entanto, avisa: «não há sentido moralizante» neste conto. Não há intenção de dizer que antes era tudo bom, como num paraíso perdido, em contraste com a atualidade. O conto conta, apenas.

O conto é uma sucessão de pequenas histórias e episódios, alguns rocambolescos, muitos deles verdadeiros, entre os quais um dos mais deliciosos é mesmo aquele em que se explica a origem do nome do cão Alfaiate, nado e criado na praia do Carvoeiro dos anos 60.

«Isto é um conto, é ficção, mas tem muito de verdade. Há aqui personagens que existiram. Carvoeiro era assim», acrescentou Helena Tapadinhas.

«Esta é a minha visão. A partir do momento em que o conto passar a ser do leitor, deixa de ser meu. Cada um vai reinterpretá-lo. O livro passa a ter vida própria, ele passa a ser vosso», concluiu.

O livro «Alfaiate» custa 10 euros e está à venda nas principais livrarias, podendo ainda ser encomendado diretamente à editora On Y Va, através do seu site, da sua página de Facebook ou do email [email protected].

 

Oiça e veja Helena Tapadinhas a ler alguns trechos do conto «Alfaiate»:

 

 

 

Fotos e vídeo: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

 

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