Governo admite resgatar concessão da EN125, mas ainda vai tentar último recurso

Recusa do visto do Tribunal de Contas criou um «problema enorme», admitiu Pedro Nuno Santos

Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, admitiu, esta terça-feira, 2 de Julho, que o resgate da concessão da EN125 poderá vir a acontecer. Mas, antes, o Governo ainda vai tentar um último recurso junto do Tribunal Constitucional.

O governante falou sobre esta questão da EN125 na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas que se realizou hoje.

Segundo o jornal Observador, Pedro Nuno Santos admitiu que a recusa do visto do Tribunal de Contas criou um «problema enorme». «Gigantesco» mesmo.

Cristóvão Norte, deputado do PSD, também citado pelo Observador, apontou o risco de um «rombo orçamental», cenário que o ministro admitiu. «Estamos perante um problema grave que terá a dimensão financeira do que disse», reconheceu.

Também por isso, o Governo vai tentar uma última hipótese: um recurso para o Tribunal Constitucional (TC), não sendo certo que seja aceite.

Se não o for, restam duas hipóteses ao executivo de António Costa (como o próprio Pedro Nuno Santos admitiu): ou resgatar a concessão ou renegociar com os privados. O resgate significa que é o Governo a avançar com as obras.

Os autarcas algarvios, numa tomada de posição recente, pediram esse resgate da concessão, apontando-o como o único caminho possível para que a requalificação da EN125, no Sotavento (entre Faro e Vila Real de Santo António) finalmente avance.

O resgate da concessão já há muito que está em cima da mesa. Na altura em que o TC emanou a primeira decisão, que inviabilizava a renegociação do contrato entre o Estado e a concessionária da EN125, a Rotas do Algarve Litoral (RAL) anunciou publicamente que iria suspender «todas as atividades de operação e manutenção desenvolvidas por aquela subconcessionária previstas no contrato de subconcessão».

Nessa altura, a IP assumiu competências de gestão da via, nomeadamente de vigilância e manutenção da segurança. Mas admitia-se já que o resgate seria a opção a seguir.

O Movimento de Cidadania dos Utentes da EN125 – Sotavento, que tem lutado pelo avanço das obras, também já veio a público dizer que o resgate da concessão é uma «questão de interesse nacional».

Certo é que esta será sempre uma decisão política, que caberá ao Governo. Mas não seria um caso inédito. Em 2013, o Governo rescindiu contrato com a entidade responsável pela obra do Túnel do Marão, tendo a intervenção sido entregue à IP, que já a concluiu.

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