50 mil euros ajudam a dar «primeiro passo» para Geoparque Mundial de Loulé, Silves e Albufeira

A candidatura «nunca estará terminada antes de 2021»

É visto como um «primeiro passo» na consolidação do projeto de aspirante a Geoparque Mundial da UNESCO. O Município de Loulé vai receber 50 mil euros do Fundo Ambiental para criar um site, um vídeo promocional, uma exposição itinerante e sinalética para os geossítios já identificados. 

No fundo, esta candidatura, que foi aprovada pelo Ministério do Ambiente e da Transição Energética, ao abrigo do Fundo Ambiental, visa criar ferramentas de comunicação, exposição e visitação do património geológico e cultural do território aspirante a Geoparque Mundial da UNESCO e que engloba, também, os Municípios de Silves e Albufeira.

Em entrevista ao Sul Informação, Dália Paulo, diretora municipal de Loulé, disse que o «Fundo Ambiental permite-nos dar o primeiro passo. Uma coisa é certa: este é um trabalho que não se vai perder e o conceito de Geoparque é o que queremos para o desenvolvimento daquele território, a partir da sustentabilidade e recursos endógenos».

Até Dezembro deste ano, vão ter de ser desenvolvidos, então, quatro objetivos específicos: a criação de um site do projeto aspirante a Geoparque Mundial da UNESCO, o lançamento de um vídeo promocional, a realização de uma exposição itinerante pelo território e a criação de uma sinalética.

 

Dália Paulo

 

Segundo Dália Paulo, um dos maiores desafios é o trabalho que tem de ser feito «junto das populações».

«Este é um trabalho para e com as pessoas que lá vivem. Só assim fará sentido. Essa exposição itinerante serve para dar a conhecer o que queremos fazer no Geoparque. Já começámos a fazer aqui alguma coisa com Salir, mas, neste momento, com a exposição, queremos mais», considerou a diretora municipal.

Também será criada uma sinalética direcional para os geossítios «que já estão identificados». «Neste momento, temos 27, mas estamos em processo de localização de mais. Há todo um projeto cientifico a ser desenvolvido pela professora Cristina Veiga-Pires», explicou Dália Paulo.

Esta ideia de criar um Geoparque Mundial da UNESCO surgiu pela mão de Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, após uma grande descoberta: o Metoposaurus algarvensis, um anfíbio cujos fósseis foram encontrados no geossítio da Penina.

É a partir daí que todo o projeto se desenvolverá, envolvendo, também, Silves e Albufeira. «O nosso presidente Vítor Aleixo pensou que ganharíamos densidade se juntássemos os nossos territórios», enquadrou Dália Paulo.

Em São Bartolomeu de Messines, já foram encontrados, por exemplo, vestígios de um placodonte, animal que faz parte dos répteis aquáticos e que se assemelha a uma tartaruga.

 

Rocha da Pena

 

«No Sul do país, não há nenhum Geoparque e, também por isso, é um projeto de grande envergadura que engloba o desenvolvimento integral do território. Falamos desde as atividades relacionadas com a agricultura, até à criação de roteiros e percursos, de microempresas e de espaços de restauração», explicou.

Esse é, com efeito, o conceito de um Geoparque: uma área que inclua património geológico, mas à qual esteja associada uma estratégia de desenvolvimento sustentável.

A candidatura, revelou Dália Paulo em entrevista ao Sul Informação, «nunca estará pronta antes de 2021», apesar de este já ser um trabalho «com dois anos».

Certo é que este é um projeto que quer «inverter» a tradicional «desertificação» do interior.

«Vai criar mais valia, do ponto de vista turístico até, porque vamos valorizar os geossítios para que possam ser visitáveis. Isto engloba também o património cultural, a arqueologia, os sítios arqueológicos e a valorização da gastronomia», concluiu a diretora municipal de Loulé.

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