22 postos no Algarve durante a greve «são de quem anda de olhos vendados»

Caso as coisas corram mal, prejuízos para a região podem ser de longo prazo e «que não é possível de ser estimado»

Cristóvão Norte pede ao Governo que reveja o número de postos de abastecimento da rede estratégica previstos para funcionar no Algarve, para minorar os efeitos da greve de motoristas de dia 12, considerando que os 22 que estão atualmente estipulados «são de quem anda de olhos vendados».

O deputado à Assembleia da República do PSD, eleito pelo círculo eleitoral de Faro, veio a público alertar para os prejuízos de curto e longo prazo que o Algarve pode sofrer caso as coisas «não corram bem», defendendo que ainda se vai a tempo de alargar a rede na região.

«O Governo sabe o que está em causa. Sabe o que passou em Abril e que foi evitado in extremis. Nessa altura, depois de não ter estabelecido serviços mínimos para a região, foram decididos 21 postos para o Algarve. Em Agosto temos mais 400 mil pessoas que nesse período, segundo o levantamento feito. Faz sentido ter apenas mais um posto previsto, em pleno pico da época turística?», questionou.

O parlamentar algarvio diz que tem recebido «dezenas de expressões de muita preocupação por parte de associações e de empresários, os quais temem que a rede proposta não assegure o abastecimento necessário e que não responda devidamente às necessidades da região».

E apontou aparentes contradições, quando se compara a região algarvia com outras, tendo em conta que «a rede estratégica de postos de abastecimento, prevê, por exemplo, mais postos em Leiria e Aveiro do que no Algarve. Todos sabemos que estarão no Algarve o dobro de pessoas do que em Aveiro e o triplo que em Leiria».

«O efeito para a região das coisas não correrem bem, acarreta não apenas um prejuízo imediato, mas um prejuízo de longo prazo, reputacional, que não é possível de ser estimado, por isso a especificidade do Algarve tem que ser ponderada na definição das medidas a tomar», avisou Cristóvão Norte.

«Sei que é um momento que qualquer Governo teria dificuldade em lidar, mas tem tempo para se preparar e para tomar todas as medidas para prover ao abastecimento e minorar os efeitos nefastos que qualquer greve desta natureza acarreta. Não podemos ter aviões no chão, hospitais e serviços de emergência a capitular, as cadeias de abastecimentos a ceder, os turistas parados sem combustível, encarcerados nos hotéis e alojamentos locais. Isso seria um transtorno terrível para a região», concluiu o deputado do PSD.

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