Supremo dá razão à PALP e contradiz Tribunal Central Administrativo do Sul

Supremo Tribunal Administrativo mostrou como ainda «há leis e instituições em Portugal que permitem defender o ambiente»

O Supremo Tribunal Administrativo veio dar razão à Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), defendendo que o «princípio da precaução» para danos ambientais devia ter sido tido conta quando o Tribunal Central Administrativo (TCA) do Sul decidiu revogar a providência cautelar que impedia o avanço do furo de petróleo, ao largo de Aljezur. 

Ao Sul Informação, Rosa Guedes, da PALP, explicou que o Supremo, na prática, disse que o «princípio de precaução devia ter sido tido em conta e acautelado pelo Tribunal Central Administrativo do Sul».

Essa decisão do TCA-Sul, recorde-se, foi conhecida em Fevereiro deste ano e veio anular a providência cautelar da PALP, interposta em Agosto de 2018.

Só que, mais tarde, já em Março deste ano, o Ministério Público recorreu desta decisão do Tribunal Central Administrativo do Sul.

O processo seguiu para o Supremo que, agora, não aceitou o recurso, mas por uma boa razão na opinião dos ambientalistas.

É que o furo, ao largo de Aljezur, «não vai mesmo avançar». «Como a autorização e os contratos já não existem, já não há perigo. Por isso é que o Supremo não aceitou o recurso», explicou Rosa Guedes.

O STA considerou que a discussão deste acórdão já não teria efeitos práticos, face à caducidade do título jurídico – o TUPEM, onde assentava a possibilidade do uso privativo do espaço marítimo nacional, para realizar a prospeção.

Por isso, considerou, «desnecessária a sua intervenção».

Para a PALP, o Supremo Tribunal Administrativo mostrou como ainda «há leis e instituições em Portugal que permitem defender o ambiente».

Comentários

pub