Maré vermelha interdita apanha de bivalves na costa entre Faro e Olhão

IPMA espera resultados de análises feitas

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) interditou a apanha e comercialização de todos os «moluscos bivalves vivos» na zona L8, ou seja, no litoral de Faro a Olhão, devido à maré vermelha.

O IPMA explicou, em comunicado, que, mesmo antes da maré de algas vermelhas, já estava proibida a apanha e comercialização de conquilha, nas zonas de produção L7c2 (litoral de Lagos a Albufeira) e L8 (litoral de Faro a Olhão), devido a «toxinas lipofílicas».

A título preventivo, aquele instituto procedeu também «à interdição da apanha e comercialização na zona L8 para as restantes espécies de moluscos bivalves devido à maré vermelha».

O IPMA acrescenta que intensificou a recolha de amostras de água para identificação de fitoplâncton tóxico, devido ao aparecimento de maré vermelha na zona costeira entre a praia de Faro e a praia da Falésia (Albufeira).

Esta intensificação da amostragem faz-se no âmbito do seu trabalho de «monitorização de  biotoxinas marinhas em moluscos bivalves», que é feita através «da colheita de amostras regulares de bivalves para a pesquisa de biotoxinas marinhas que efetua nas zonas afetadas».

Assim que for «identificada a espécie de fitoplâncton  presente nas águas, e caso se verifique existirem valores próximos do limite permitido para a concentração de microalgas tóxicas na água em zonas de produção de moluscos bivalves, será avaliada a interdição cautelar de outras zonas limítrofes e que possam ser afetadas».

 

Lingulodinium polyedrum

Para efeito da avaliação desta situação, o IPMA diz estar «em contacto permanente» com a Administração de Recursos Hídricos (ARH).

Aquele instituto explica ainda que «o aparecimento de maré vermelha na zona de Faro/Praia da Falésia é devido à presença em concentrações elevadas de Lingulodinium polyedrum, um dinoflagelado eventualmente produtor de iessotoxinas (biotoxinas marinhas)».

No entanto, acrescenta «não se conhecem intoxicações em humanos devido ao consumo de moluscos contaminados com esta biotoxina».

«Em condições menos favoráveis esta microalga forma quistos resistentes que se depositam nos sedimentos; Havendo correntes favoráveis, devido a algum processo de ressuspensão para a coluna de água, e por encontrarem um conjunto de condições oceanográficas ideais, como uma temperatura da água mais elevada (valores de Verão para o Algarve) os quistos germinam, formando esta proliferação».

É uma espécie observada na rotina do programa de monitorização de moluscos bivalves, com presença regular nas águas portuguesas, «mas não em concentrações tão elevadas como as agora verificadas», acrescenta o IPMA.

 

Lingulodinium polyedrum

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