Investigadores portugueses desenvolvem penso inteligente para feridas

Desenvolvido pelo Grupo 3B’s da Universidade do Minho

O Grupo 3B’s da Universidade do Minho está a criar um penso inovador para lesões de pele, baseado em hidrogéis, que mantém a humidade para uma cicatrização ativa e que consegue libertar biomoléculas adaptadas à ferida do paciente.

O projeto, liderado por Rui L. Reis, recebeu uma bolsa de 150 mil euros do Conselho Europeu de Investigação (ERC), no pilar que promove a excelência científica na Comissão Europeia, com o fim de apoiar a entrada daquela inovação no mercado do tratamento das feridas, a qual pode ter impacto na vida de milhões de pessoas.

A bolsa de “prova de conceito” (Proof of Concept) é apenas a décima atribuída a portugueses, num total de 905 cientistas europeus distinguidos desde 2011.

Trata-se de uma verba adicional exclusiva para bolseiros do ERC, ou seja, os quem têm os projetos considerados mais prestigiados da Europa, permitindo-lhes assim garantir a propriedade intelectual dos resultados obtidos e apontar estratégias para o mercado.

Rui L. Reis tinha ganho uma bolsa avançada de 2.35 milhões de euros com o projeto “ComplexiTE” e concorreu agora à “prova de conceito” com o “Patched”, recebendo o valor máximo desta bolsa.

 

A equipa: Alexandra Marques, Luca Gasperini, Rui L. Reis e Carlos Guimarães

O montante atribuído permitirá produzir, até final de 2020, um protótipo do penso/adesivo inovador à base de fibras de hidrogel, capaz de libertar na pele diversas biomoléculas, em alturas controladas, garantindo uma melhor e mais eficiente recuperação das feridas, diz Rui L. Reis.

“Ao personalizar a composição, tamanho e forma dos componentes, conseguir-se-á uma libertação de biomoléculas nos diferentes microambientes de cicatrização, melhorando a regeneração das feridas e a ação do penso durante o período de cicatrização da lesão”, explica o também vice-reitor para a Investigação e Inovação da UMinho.

A ideia é, no final do projeto, criar oportunidades de negócio, com a criação de uma start-up e o seu financiamento para levar o produto ao mercado.

As feridas na pele são um problema social e económico significativo, associado a uma permanente necessidade de tratamento. A maioria dos adesivos e pensos disponíveis no mercado tem sido muito útil na gestão do tratamento de feridas, mas não tem conseguido um efeito direto na progressão da cicatrização.

O novo “Patch” proposto pretende melhorar substancialmente o tratamento das lesões cutâneas durante o tempo de cura, graças a um “efeito dinâmico e cooperativo” da tecnologia, permitindo benefícios na qualidade de vida do doente, na funcionalidade da nova pele, bem como na redução de custos no sistema de saúde.

 

Autor: Gabinete de Comunicação, Informação e Imagem – Universidade do Minho
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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