Quem acredita na UE deve «mobilizar-se para votar» nas Europeias

A chefe da Representação da União Europeia apela ao voto nas eleições de domingo e alerta para os “ismos” «que se reduzem a egoísmos»

Serão eleições «complicadas» e marcadas «pelos ismos – os nacionalismos, os populismos, que se reduzem a egoísmos». Isso, só por si, é razão suficiente para que aqueles que acreditam no projeto europeu se mobilizem para votar nas Eleições Europeias deste domingo, 26 de Maio, acredita Sofia Colares Alves, chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal.

Dentro de poucos dias, os portugueses são chamados a escolher os seus representantes no Parlamento Europeu e, como defendeu Sofia Colares Alves, numa entrevista ao Sul Informação, todos devem aproveitar para ir às urnas, para exercer o seu direito e dever cívico.

É que, alerta a chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal, a União Europeia não é uma realidade distante, como alguns cidadãos a veem.

«60% da legislação que se aplica em Portugal é feita na UE. Muitas das infraestruturas, das oportunidades, das escolas e dos projetos de inclusão social são ou foram financiados pela UE. É uma questão de perceber que não são unicamente as pessoas em Bruxelas ou em Estrasburgo que fazem a União. Nós, enquanto cidadãos, temos um contributo importante, nem que seja ao votar e ao dar a nossa opinião», acredita.

O escrutínio vai ter lugar numa altura em que continua o impasse do Brexit (no Reino Unido, as Eleições estão a decorrer esta quinta-feira) e em que há um crescimento das intenções de voto em partidos extremistas, muitos dos quais anti-europeístas.

«Há aquela fantasia de que nós, no passado, quando havia fronteiras, vivíamos melhor. No fundo, é um saudosismo em relação a algo que nunca existiu. As pessoas estão a pintar o passado de cor de rosa, quando não era assim», enquadrou Sofia Colares Alves.

 

 

Há, inclusivamente, sondagens que apontam «que os grupos com tendências nacionalistas e populistas vão representar perto de 20% dos eurodeputados, o que é já uma força política muito grande. E estamos a falar de partidos anti-União Europeia».

«A única resposta que os cidadãos que querem ver o projeto europeu continuar e que querem construir esta nossa Europa podem dar é mobilizar-se para votar nas Eleições Europeias», acrescentou a chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal.

Para esta responsável, «não há plano B à União Europeia, muito menos para um país mais pequeno como Portugal».

Ainda assim, há quem defenda que Portugal estaria melhor sem a União Europeia, ideia que, para Sofia Alves, «é facilmente desmontável».

«Basta ler alguns estudos ou consultar dados económicos no que diz respeito à evolução do PIB per capita em Portugal, como ele aumentou desde 1987 e os indicadores da OCDE relativos a quase tudo – literacia, abandono escolar, redução da pobreza, etc.», disse.

A vinda da chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal ao Algarve, ocasião aproveitada pelo Sul Informação para a entrevistar, serviu para passar a mensagem aos jovens de que estes «só têm de agarrar as oportunidades que a União Europeia lhes dá».

«A mim parece-me claro. Não tenho ouvido muita gente questionar os benefícios da adesão de Portugal à União Europeia. Beneficiámos não apenas em termos económicos, mas também em termos da consolidação dos valores democráticos, que, na altura, foram absolutamente essenciais», concluiu Sofia Alves.

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