Jovens «só têm de agarrar» as oportunidades que a União Europeia lhes dá

O Sul Informação entrevistou Sofia Colares Alves, chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal

Oportunidades proporcionadas pela União Europeia e pelo projeto Europeu aos mais jovens não faltam e os interessados «só têm de as agarrar».

A garantia é dada ao Sul Informação por Sofia Colares Alves, chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal,  que esteve em Faro no dia 30 de Abril, para participar na 15ª edição do Dia do Associativismo Jovem, na delegação do Algarve do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), em Faro.

Esta foi mais uma oportunidade que Sofia Colares Alves teve para passar uma mensagem aos mais novos sobre as vantagens de pertencer à União Europeia.

Neste caso, a plateia foi fácil, já que «à partida, são miúdos que estão ativos nestas questões do associativismo e da apresentação de projetos cívicos e políticos».

«Os jovens deram, todos eles, esse testemunho, de que há muitas oportunidades ao nível do intercâmbio escolar e universitário, para fazer formação profissional, para se viajar, para se participar em projetos – e não necessariamente noutros países europeus, pois cada vez mais apoiamos iniciativas em países terceiros», disse Sofia Colares Alves ao Sul Informação.

«As oportunidades existem. Eles só têm de as agarrar, se estiverem interessados», resumiu.

 

Créditos: Depositphotos

 

E os jovens, em geral, sabem o que a Europa lhes pode dar?

«Eu sou mais positiva que a maioria das pessoas que eu encontro, pois acho que os jovens, hoje em dia, estão muito mais capacitados para aproveitar as oportunidades que existem do que as gerações passadas», confessou a chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal.

Afinal, os jovens de hoje «falam mais línguas, com mais facilidade, têm acesso à Internet e um conhecimento muito maior daquilo que se passa na Europa e no mundo do que aquele que nós tínhamos. Na minha geração, quando éramos mais jovens, o nosso mundo acabava ali na nossa rua e no nosso bairro».

Ou seja, «eles têm não só muito mais oportunidades, como têm muito mais capacidade, formação e ferramentas para as aproveitar».

Talvez por isso, tem havido «um esforço enorme quer das instituições, quer dos políticos, de se aproximar dos jovens. A União Europeia, por exemplo, colocou os jovens no centro das suas políticas. Apesar de os jovens até aos 24 anos serem menos de um quinto da população da UE, o facto é que são o centro de todas as políticas europeias».

 

 

Com as próximas Eleições Europeias marcadas para dia 26, a iniciativa que decorreu no IPDJ de Faro, onde também esteve João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, focou-se muito na divulgação do escrutínio e no incentivo ao voto.

E há um trabalho para realizar junto dos jovens, de promoção do voto, que a chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal considera fulcral.

Contactos como o que aconteceu em Faro são apenas uma das formas encontradas pela Comissão e pelo Parlamento Europeu de sensibilizar os jovens para a necessidade de votar nas eleições europeias.

«O que eu lhes digo é que eles são menos de 20% da população total da UE e se não utilizarem o pouco poder que têm, o do voto e da sua voz, os outros vão votar por eles. Mas há aqui uma nuance que baralha um pouco o jogo: é que o futuro é dos jovens, não da maioria dos que estão agora a votar.

Desta forma, «se os jovens querem que as gerações que estão agora no poder tomem as decisões necessárias para proteger o futuro deles, têm de tomar as rédeas do seu próprio destino. E o mínimo que podem fazer é ir às urnas e votar».

A abstenção também se combate através do esclarecimento e dando a conhecer o que é, afinal, a União Europeia e o que significa na vida das pessoas.

 

 

«Há um enorme esforço de aproximação em termos de comunicação, para explicar aos jovens o que é a União Europeia, em termos que lhes interessam. Mas também tem de haver interesse da parte deles», enquadrou Sofia Colares Alves em declarações ao Sul Informação.

E a mensagem, acredita,« tem de se começar a passar nas escolas e desde tenra idade. E não é sobre a Comissão nem sobre o Parlamento, é sobre o que somos nós, quem é que está na União Europeia. Falar um pouco da história, das tradições e da cultura dos diferentes parceiros europeus».

«Nós destruímos as fronteiras, mas acabam por existir uma série de barreiras à interação cultural e nós temos de as esbater, de as mandar abaixo», defendeu.

É que, ao entendermos e ao ter contacto com outras culturas, «acabamos por reforçar imenso a nossa e o nosso sentimento de patriotismo. Eu nunca me senti tão portuguesa como nos 20 anos que vivi fora do país. Tive muito mais curiosidade em procurar a minha cultura, os símbolos nacionais e a nossa história quando estava lá fora».

«É necessário esse reforço de empatia uns pelos outros, para termos orgulho de sermos europeus e de viver na União Europeia, um espaço democrático absolutamente excecional, como não existe mais nenhum», concluiu Sofia Colares Alves.

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