Hoje o “Batuko Sta na Moda” com concerto na Praça do Infante em Lagos

Cinco dias de atividades intensas e diversas em cinco concelhos algarvios

A Semana Cultural Lugares de Globalização, que começa esta quarta-feira e se prolonga até 19 de Maio, arranca ao fim da tarde, pelas 18h30, com o concerto «Batuko Sta na Moda», ao ar livre e de entrada gratuita, na Praça do Infante, em Lagos. Trata-se de um concerto de homenagem ao legado do músico Orlando Pantera, um cometa que passou na música de Cabo Verde, deixando uma marca indelével.

Cabo Verde é, aliás, o Lugar em Destaque na edição deste ano da semana cultural, que, até domingo e num programa intenso, vai levar muitas e diversificadas atividades aos cinco concelhos algarvios que integram a candidatura a Património da Humanidade: Lagos, Vila do Bispo, Monchique, Aljezur e Silves.

Orlando Pantera, que compôs músicas para grupos como «Os Tubarões» e influenciou toda uma nova geração de músicos e cantores de Cabo Verde (como Mayra Andrade ou Lura), conseguiu «juntar a tradição à contemporaneidade».

Quando a associação Vicentina começou a preparar esta Semana Cultural, escolhendo Cabo Verde como o lugar em destaque, falou com Dino D’Santiago, o músico algarvio de origem cabo-verdiana. «Foi o Dino que nos referiu o Orlando Pantera», explicou Sónia Felicidade, da Vicentina, e foi a partir daí, com a colaboração do produtor algarvio Sickonce, que começou o trabalho original que hoje vai desembocar, neste concerto.

Numa homenagem a Orlando Pantera, artista que reinventou a música tradicional de Cabo Verde, e que transpôs para a voz e para a guitarra os ritmos do Batuko, Tabanka e Funaná, juntam-se, num espetáculo original, Darlene e Arlindo Barreto, filha e irmão de Orlando Pantera, o músico português Edgar Valente, o músico brasileiro Luiz Gabriel Lopes, o produtor algarvio Sickonce, as batucadeiras Finka Pé e o artista convidado Dino D’ Santiago.

Amanhã, dia 16 de Maio, a Semana Cultural segue para Monchique, cuja floresta deu a madeira para construir os navios dessa primeira globalização, o nome mais politicamente correto pelo qual são hoje designados os Descobrimentos.

O programa começa às 15h00, com a palestra «As Árvores são Património», com o arqueólogo Miguel Martins, que falará sobre o contributo de Monchique para a construção naval do século XV, e Stephen Hugman, presidente da associação ambiental «A Nossa Terra», que abordará a Rota das Árvores Monumentais deste concelho. A palestra começa às 15h00, no Restaurante Fonte dos Chorões, na vila de Monchique.

Depois, às 17h00, terá lugar a inauguração da escultura «Árvore Monumental», uma encomenda feita de propósito para esta Semana Cultural à escultora Rita Pereira, aka RoMP.

«Em cada edição, queremos deixar uma obra artística pública num dos concelhos. No ano passado, foi um mural da Kruella d’Enfer em Vila do Bispo, este ano convidámos a jovem escultora Rita Pereira, que está a fazer um escultura pública em pedra, inspirada num marco de Monchique, que é a sua araucária monumental, com 150 anos», revelou Sónia Felicidade.

À noite, a programação desce um pouco a serra, para se instalar na Villa Termal das Caldas de Monchique, que se associou e até apresentará, no seu restaurante, «um prato cabo-verdiano para comer antes do espetáculo».

A cabo-verdiana Nancy Vieira vai trazer as suas mornas (género musical que também é candidato a Património Imaterial da Humanidade) para um concerto às 21h30, entre a floresta das Caldas de Monchique. Mais uma vez, a entrada é livre e gratuita.

Logo no dia seguinte, 17 de Maio, sexta-feira, a Semana Cultural regressa a Sagres. «Do Algarve aos Açores, a viagem dos Sabores» é o tema do showcooking na Fortaleza de Sagres, com o chefe André Magalhães, às 19h30.

Depois, a partir das 21h30 e até às 23h00, de meia em meia hora, haverá quatro apresentações do espetáculo em videomapping feito de propósito para ser visto nos 80 metros de muralha da Fortaleza de Sagres.

No sábado, 18 de Maio, chega a vez de Silves e logo com uma proposta irrecusável: Dino D’Santiago dá um concerto intimista e quase exclusivo para os 150 felizardos que conseguiram inscrever-se. Será às 21h30, no pequeno, mas muito bonito, Teatro Mascarenhas Gregório…e já tem lotação esgotada.

Esta intensa Semana Cultural termina no dia 19 de Maio, domingo, no Castelo de Aljezur. Às 19h00, terá lugar a performance cine-musical «Quem Manda Aqui sou Eu», de Tiago Pereira e do seu projeto A Música Portuguesa a Gostar dela Própria.

«Lançámos-lhe a questão: se os algarvios foram tão importantes no povoamento das ilhas atlânticas, existe alguma ligação entre a música tradicional algarvia e a música açoreana?» E a resposta de Tiago Pereira, cujo projeto já permitiu reunir mais de 4000 vídeos da música de todo o país, foi: sim! «Os bailes mandados algarvios deram origem à chama-rita dos Açores».

Partindo dessa ligação, será então apresentado um espetáculo original, que contará com a participação do grupo algarvio OrBlua, que tem um dos seus músicos a viver ali perto, na Serra de Monchique.

E a fechar a semana, as muralhas do Castelo de Aljezur, lá no alto, serão o ecrã para exibir o videomapping produzido de propósito para este local. Como nas restantes apresentações, as quatro exibições deste espetáculo de multimédia começam a partir das 21h30 e duram até às 23h00, de meia em meia hora.

Todos os concertos, palestras e outras iniciativas da Semana Cultural Lugares de Globalização têm entrada gratuita, embora por vezes, por questões de espaço, seja necessária inscrição prévia, que deve ser feita clicando aqui. que deve ser feita clicando aqui. É o caso do palestra «As Árvores são Património» (16 de Maio) e eram também os do showcooking «Do Algarve aos Açores, a Viagem dos Sabores» e do concerto de Dino Santiago, mas essas atividades estão já esgotadas. Para garantir o seu lugar, inscreva-se gratuitamente.inscreva-se gratuitamente.

A Semana Cultural é uma iniciativa promovida pela Vicentina – Associação para o Desenvolvimento do Sudoeste, em parceria com a Direção Regional de Cultura do Algarve, Região de Turismo do Algarve, Municípios de Aljezur, Monchique, Lagos, Silves e Vila do Bispo e a Associação Cultural LAC – Laboratório Actividades Criativas, e cofinanciada pelo CRESC ALGARVE 2020 e pela União Europeia, através do FEEI.

Esta será a segunda edição de um evento que volta a apresentar programação cultural que vai passar por Lagos, Vila do Bispo, Aljezur, Silves e Monchique, os cinco concelhos do Algarve que integram a candidatura «Lugares da Globalização», inscrita na lista indicativa dos bens da UNESCO.inscrita na lista indicativa dos bens da UNESCO.

Uma edição que terá Cabo Verde como o Lugar em Destaque, já que este é um dos países que fazem parte dos “lugares repartidos, por cinco países – Portugal, Espanha, Cabo Verde, Marrocos e Mauritânia” que “fazem parte da memória universal associada ao imaginário de importantes mudanças históricas”, e que “no seu conjunto representam um património único no contexto mundial enquanto marcos do início do que viria a ser uma nova era para a Humanidade”.

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