“Brunel’s SS Great Britain” de Bristol ganha o primeiro Prémio Museu Portimão

Museu na Holanda ganhou o Prémio para o Museu Europeu do Ano

O Prémio Museu Portimão, para o museu mais acolhedor da Europa, foi atribuído este sábado, e pela primeira vez, em Sarajevo, ao museu Brunel’s SS Great Britain, situado em Bristol, no Reino Unido.

O prémio, patrocinado pela Câmara Municipal de Portimão, foi entregue, na cerimónia que decorreu na capital da Bósnia-Herzgovina, por José Gameiro, diretor científico do Museu de Portimão e membro do júri internacional dos prémios EMYA.

«Uma das intuições mais profundas das pessoas é saber se são bem-vindas. A qualidade principal que o Prémio celebra é uma atmosfera geral e amigável de boas-vindas. Todos os elementos do museu – suas qualidades humanas e ambiente físico – contribuem para a sensação de boas-vindas, assim como eventos e atividades dentro e ao redor do museu», explica o European Museum Forum.

Em relação ao museu dedicado ao navio SS Great Britain de Brunel, trata-se de uma estrutura independente e voltada para o visitante. O EMF salienta que «os principais valores do museu são surpresa, autenticidade, fascínio, excelência e relevância. Estas são expressas em todos os aspectos do seu trabalho, principalmente na qualidade de boas-vindas oferecida aos visitantes por sua equipe e voluntários altamente treinados e entusiastas».

 

José Gameiro entrega o Prémio Museu Portimão ao responsável pelo Brunel’s SS Great Britain

 

O SS Great Britain foi o primeiro navio transatlântico a ter um casco e uma hélice propulsora de ferro e, quando foi lançado em 1843, era o maior navio da época, sendo mesmo considerado como «a maior experiência desde a Criação».

Sendo hoje um dos mais importantes navios históricos em todo o mundo, a sua construção, numa doca seca especialmente feita no porto de Bristol, resultou do génio do engenheiro Isambard Kingdom Brunel, que combinou tamanho, potência e tecnologia inovadora.

O Museu, que está instalado num edifício especialmente concebido para o albergar, situa-se ao lado do navio, que, desde 1970, está na doca onde originalmente tinha sido construído. Uma ponte de acesso conduz ao histórico e classificado edifício dos escritórios dessa doca, que tinha sido a sede da Great Western Steamship Company e acolheu também o ateliê de Brunel.

Em Março do ano passado, o museu abriu a nova ala denominada «Being Brunel/Sendo Brunel», com uma exposição permanente que, através de 60 mil artefactos, material de arquivo e conteúdos interativos apresenta a vida de Brunel e os seus feitos, no contexto da história marítima.

 

Os vários prémios entregues, como o Prémio Museu de Portimão ao centro

Na mesma cerimónia em Sarajevo, o mais importante galardão europeu, o Prémio para o Museu Europeu do Ano (EMYA, a sigla do nome em inglês European Museum of the Year Award) foi atribuído ao «Rijksmuseum Boerhaave», situado em Leiden, na Holanda.

«A excecional qualidade pública deste museu resulta de sua abordagem engenhosa para comunicar ciência. Objetos importantes e belos são interpretados usando as mais recentes tecnologias e as histórias pessoais de aqueles movidos por uma paixão pela busca do conhecimento. O resultado é ciência com um rosto humano, inspirador de curiosidade e assombro, envolvendo o grande público em debates sobre questões científicas e éticas importantes do nosso tempo», explica o EMF.

O Prémio do Museu Conselho da Europa 2019 foi atribuído ao Museu da Comunicação, em Berna, na Suíça, «pela maneira criativa como promove a literacia mediática ao serviço da cidadania responsável numa democracia funcional. Mais que uma vitrina de objetos, é um laboratório de interações sociais, novos relacionamentos, processos criativos e um local de encontro para pessoas de todas as idades para explorar e discutir questões vitais relacionadas com a comunicação na cultura contemporânea, história, política e ideologia».

Por seu lado, o Museu do Mundo (Weltmuseum), de Viena (Áustria), foi galardoado com o Prémio Kenneth Hudson, «em reconhecimento do mais incomum e ousado feito que desafia perceções comuns do papel dos museus na sociedade. Poucos museus europeus enfrentam em profundidade o passado colonial ou abordam os seus legados contínuos no século XXI. Com uma honestidade intelectual única, o Weltmuseum reconhece os dilemas embutidos em sua coleções e se esforça para criar uma nova identidade como um museu contemporâneo que celebra a cultura abundância do planeta e promove o respeito pelos direitos humanos, a integração e a coexistência intercultural».

O Prémio Silletto reconheceu o Museu do Naufrágio St. George (Strandingsmuseum St. George), situado em Thorsminde, na Dinamarca. Premeia a «excelência no trabalho com a comunidade local e envolvendo voluntários. O Strandingsmuseum St. George é exemplar pela sua narrativa convincente, apresentação elegante e uso de materiais naturais, mas ainda mais na sua profunda relação com a sua comunidade local, que tem estado no coração da criação e funcionamento deste museu».

A Menção Especial para a Sustentabilidade foi atribuída ao World Nature Forum, na Suíça.

As Menções Especiais de 2019 foram, por seu lado, entregues ao Museu de Apoxyomenos (Croácia), à Casa da História Europeia e ao Museu Plantin-Moretus (ambos na Bélgica), ao Museu Moesgaard (Dinamarca), ao Memorial de Verdun (França), ao Museu Nacional de Szczecin e o Museu Pana Tadeusza (ambos na Polónia).

 

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