Botelho: Críticas do PSD às CPCJ em Tavira são «politiquice»

PSD acusou a Câmara de Tavira de violar o dever de isenção nas Eleições Europeias ao acolher encontro das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens

«Politiquice». É desta forma que o presidente da Câmara de Tavira Jorge Botelho classifica as acusações feitas pelo PSD Algarve de violação do dever de isenção nas Eleições Europeias, por a autarquia ter apoiado a realização do Encontro Anual de Avaliação da Atividade das Comissões de Proteção de Jovens e Crianças, que vai decorrer até amanhã neste concelho.

Os social-democratas vieram ontem a público acusar a autarquia tavirense, de maioria socialista, de «desrespeito pela mais elementares regras de isenção no envolvimento em campanhas eleitorais».

Em causa o apoio financeiro dado pelo município à Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ) para organizar um encontro nacional para o qual foram convidados dois ministros e uma secretária de Estado, «procurando dessa forma, com dinheiros públicos, influenciar a decisão de voto dos participantes».

«Eu acho que o PSD está com um problema de politiquice. Deviam centrar-se mais naquilo que deviam fazer em campanha e não pôr adjetivos no trabalho de 600 técnicos, que vieram a Tavira para aprender, partilhar e trabalhar», considerou Jorge Botelho, do PS, em declarações ao Sul Informação, à margem da sessão de abertura do encontro das CPCJ.

«O PSD devia ponderar aquilo que diz, porque não me parece que fazer um encontro de avaliação da atividade das CPCJ seja campanha política», reforçou o edil tavirense.

É que, lembrou Jorge Botelho, «este é um encontro que envolve mais de 600 pessoas, na sua maioria técnicos superiores, que trabalham com crianças e jovens e que estão aqui num processo de capacitação e aprendizagem de boas práticas, para melhorar a intervenção no terreno e a proteção das nossas crianças».

 

Jorge Botelho – Foto: Gonçalo Dourado| Sul Informação

 

«Sem questionar a importância de que o encontro se reveste, ainda que nos pareça que o montante de cento e catorze mil euros, que foi quanto o Município de Tavira disponibilizou para apoiar a organização do evento, se poderia dar melhor uso ao mesmo, em benefício dos tavirenses, é lamentável a data escolhida pela Câmara Municipal para a sua realização», argumentou, por seu lado, o PSD.

Os social-democratas afirmam mesmo que a escolha dos dias para realização do evento, mesmo antes da ida às urnas para escolher os representantes portugueses no Parlamento Europeu, «não foi inocente».

Jorge Botelho rejeita qualquer influência da sua parte e da Câmara na escolha da data do evento. «Quem marcou a data foi a Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco, uma entidade independente. Esta é uma reunião anual. Nós comprometemo-nos a acolher esta iniciativa há um ano, quando foi o encerramento do anterior encontro, na Figueira da Foz [21 a 23 de Maio de 2018] e numa altura em que ainda nem estavam marcadas as Eleições Europeias. Para o ano, será em Reguengos de Monsaraz», enquadrou.

Quanto ao valor do apoio dado à entidade organizadora, para realização do evento em Tavira, o presidente da Câmara garante que os valores «não andaram nem perto dos 114 mil euros, foi bem menos» e que este acaba por ser, também, um investimento.

Este encontro de trabalho conta com centenas de pessoas vindas de diferentes pontos do país, incluindo da Madeira e dos Açores, que vão estar na cidade durante vários dias e «dinamizarão a economia local, pois todos ficarão em hotéis de Tavira e comerão nos restaurantes locais», acredita Jorge Botelho.

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