Seminário Lugares de Globalização destaca Cabo Verde para lançar Semana Cultural

«A candidatura Lugares de Globalização a património da UNESCO envolve Portugal, Espanha, Marrocos e Cabo Verde. Mas é com este último país que temos os laços mais fortes, desde logo pela língua que nos une»

Orquestra de Batukadeiras de Portugal

Cabo Verde é o «Lugar em Destaque» do seminário que, no próximo dia 12 de Abril, em Vila do Bispo, vai lançar a segunda edição da Semana Cultural Lugares de Globalização, que há-de depois decorrer em Maio, em cinco concelhos do Barlavento algarvio: Lagos, Vila do Bispo, Aljezur, Silves e Monchique.

O seminário da próxima sexta-feira inclui apresentações de oradores convidados, durante a manhã, a apresentação pública da programação da Semana Cultural de Maio, bem como um «momento de imersão na cultura cabo-verdiana».

E que momento será esse? Com a presença de associações cabo-verdianas, serão apresentadas histórias de vida e projetos culturais. Depois, Darlene Barreto, filha do músico cabo-verdiano Orlando Pantera, irá explicar porque é que o «batuko sta na moda». E a explicação passa pela atuação ao vivo de um grupo de muito animadas batucadeiras, com os seus ritmos a puxar os participantes no seminário para um pezinho de dança.

Mas voltemos ao princípio. O seminário, que vai decorrer no Centro Cultural de Vila do Bispo, começa às 9h30, com a sessão de abertura. Às 10h00, tem início o primeiro painel, sobre o tema genérico «Lugares de Globalização – afirmação dos seus valores, fundamentos históricos e a sua atualidade».

Moderado por Pedro Cantinho Pereira, do Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes (ISMAT), a primeira oradora será Maria Manuel Torrão, do Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que falará sobre «O Algarve, o Atlântico e as ilhas de Cabo Verde – percursos comuns no caminho da globalização».

Segue-se o historiador Rui Loureiro, do ISMAT, que apresentará uma comunicação sobre «Fernão de Magalhães, o Atlântico e a Globalização», terminando este primeiro painel com Ana Samira Silva, do Instituto do Património Cultural de Cabo Verde, que refletirá sobre a importância de lugares e territórios como a Cidade-Velha, classificada como Património Mundial.

O segundo painel, que terá como moderadora a jornalista Elisabete Rodrigues, decorrerá sob o mote do «Património Cultural, Oceanos, Cooperação e Turismo».

Artur de Jesus, técnico superior da Câmara de Vila do Bispo, apresentará o projeto «Odyssea Blue Heritage – o Itinerário Marítimo Cultural em Vila do Bispo», seguindo-se Ana Catarina Garcia, do CHAM da Universidade Nova de Lisboa, que abordará o tema «Memória, preservação e literacia dos Oceanos – contributos da arqueologia para a História Marítima e o projeto CONCHA».

A fechar este segundo painel, Cláudia Henriques, da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve, irá falar sobre «Qual o valor de uma Classificação Património Mundial para um destino turístico?».

 

Centro Cultural de Vila do Bispo

 

À tarde, a partir das 15h00, o arqueólogo Rui Parreira, da Direção Regional de Cultura do Algarve, vai abordar o tema «o Património Cultural do Barlavento Algarvio e o seu valor Europeu e Universal», ligando a questão de o Promontório de Sagres ser já Marca do Património Europeu, com a inclusão da candidatura «Lugares de Globalização» na Lista Indicativa da Unesco.

E a tarde terminará, como já se sabe, com uma imersão na cultura de Cabo Verde, em especial na sua música. Haverá assim uma apresentação do legado de Orlando Pantera, que estará em destaque durante o mês de Maio, durante a Semana Cultural, bem como a participação de elementos da Orquestra de Batukadeiras de Portugal da Associação de Mulheres Cabo-verdianas na Diáspora em Portugal. Uma orquestra que até já gravou com Madonna.

«Depois de um momento um pouco mais formal, durante a manhã, com a apresentação das comunicações dos oradores convidados, este será um momento mais festivo, para abrir o apetite para a programação que iremos apresentar em Maio, nos cinco concelhos algarvios envolvidos neste projeto», explicou Sónia Felicidade, da associação Vicentina, em declarações ao Sul Informação.

«A candidatura Lugares de Globalização a património da UNESCO envolve Portugal, Espanha, Marrocos e Cabo Verde. Mas é com este último país que temos os laços mais fortes, desde logo pela língua que nos une. Há aqui um triângulo muito forte, entre Barlavento Algarvio, Açores e Madeira, e ainda Cabo Verde. São laços que temos todo o interesse em explorar, não só do ponto de vista da cultura e do património, mas até do ponto de vista económico, ao nível do turismo cultural», acrescentou.

As inscrições para esta que promete ser uma jornada intensa de conhecimento e partilha já estão abertas, podendo ser feitas clicando aqui.

A Semana Cultural Lugares de Globalização resulta de uma parceria constituída pela Vicentina – Associação para o Desenvolvimento do Sudoeste, Direção Regional de Cultura do Algarve, os Municípios de Lagos, Vila do Bispo, Aljezur, Monchique, Silves e a Região de Turismo do Algarve e a Associação Cultural LAC.

Esta será a segunda edição de um evento que volta a apresentar programação cultural que vai passar por Lagos, Vila do Bispo, Aljezur, Silves e Monchique, os cinco concelhos do Algarve que integram a candidatura «Lugares da Globalização», inscrita na lista indicativa dos bens da UNESCO.

Uma edição que terá Cabo Verde como o Lugar em Destaque, já que este é um dos países que fazem parte dos “lugares repartidos, por cinco países – Portugal, Espanha, Cabo Verde, Marrocos e Mauritânia” que “fazem parte da memória universal associada ao imaginário de importantes mudanças históricas”, e que “no seu conjunto representam um património único no contexto mundial enquanto marcos do início do que viria a ser uma nova era para a Humanidade”.

 

Clique aqui para conhecer o programa detalhado, os oradores e fazer a sua inscrição.

 

Orlando Pantera:

 

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