Rent-a-Car no Algarve «não conseguem trabalhar» sem combustíveis

Clientes podem vir a recusar receber carros com pouco combustível

Foto: Rodrigo Damasceno|Sul Informação

A falta de combustíveis, provocada pela greve dos motoristas de matérias perigosas, está a criar «grande transtorno» às empresas de aluguer de automóveis no Algarve, numa semana em que as reservas rondam os 100%. Armando Santana, presidente da Associação das Empresas de Rent-a-Car do Algarve, realça que as companhias estão «numa situação em que nunca estiveram» e «não se consegue trabalhar».

Em declarações ao Sul Informação, Armando Santana explica que «os carros, quando chegam dos clientes, trazem pouca gasolina, porque não há hipótese de reabastecer e isso vai impossibilitar o aluguer. Não podemos entregar um carro a outro cliente sem combustível. Esta situação vai causar um grande transtorno».

O problema da impossibilidade de abastecimento das viaturas não se aplica apenas aos clientes, uma vez que «as empresas também não conseguem abastecer. Tirando um ou dois casos de multinacionais, que têm depósitos próprios, 95% das rent-a-car não tem».

Segundo Armando Santana, «até ontem, ao fim da tarde, trabalhou-se quanto baste. Um cliente chegava com o carro meio de combustível e dizíamos ao cliente seguinte que podia seguir viagem, para atestar. Mas hoje já deve haver pessoas que não vão querer levantar as viaturas, especialmente portugueses que, nesta altura do ano, nos procuram para viajar em família. Já tive casos de clientes, com reservas para amanhã, a perguntar se vamos poder entregar a carrinha cheia. Mas nós não podemos garantir isso e as pessoas vão ficar indecisas se viajam ou não».

O responsável da ARA explica que é expectável que os clientes não cancelem as reservas, mas que se recusem a levantar as viaturas. «É o que chamamos um “no show“, isso leva a que não possamos faturar aos clientes. Mesmo que pudéssemos, não tinha lógica. São motivos de força maior: nem os clientes têm culpa, nem nós».

Como o Sul Informação adiantou, a Comissão Distrital de Proteção Civil vai pedir ao Governo que alargue os serviços mínimos, que garantem um abastecimento de 30%, também ao Algarve, e António Costa, primeiro ministro, disse hoje que já está a estudar a possibilidade.

No entanto, mesmo que se venha a verificar essa situação, segundo Armando Santana «não é suficiente» para evitar problemas. «De acordo com a projeção que tínhamos, havia reservas praticamente de 100% a partir de amanhã e nas unidades hoteleiras também».

A juntar à falta de abastecimento dos motoristas de matérias perigosas, «ninguém está a sair da bomba de gasolina sem atestar. Isso fez com que as coisas chegassem ao ponto a que chegaram. Já houve uma situação, no Verão, semelhante há uns anos, mas não foi tão grave», conclui.

 

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