Não há muitas reservas canceladas, mas greve «pode condicionar» Páscoa no Algarve

Presidente da RTA diz que o Algarve «tem boas condições para receber quem nos procura», apesar da crise de combustíveis

Foto: Rodrigo Damasceno | Sul Informação

Não tem havido «cancelamentos significativos» de reservas na hotelaria no Algarve, para a semana da Páscoa, mas a greve dos motoristas de matérias perigosas, que está a deixar vários postos de abastecimento sem combustível, «pode condicionar» os resultados do turismo na região.

João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), garantiu ao Sul Informação que «não há atualmente registos significativos de cancelamentos de reservas».

No entanto, assume que «no campo condicional» poderá haver consequências notórias para a região «se não se resolver a situação e se não houver alargamento dos serviços mínimos» ao Algarve.

Este é uma questão importante para o responsável que está a aguardar «que o Algarve seja considerado também uma área geográfica com serviços mínimos, como Lisboa e Porto. O Governo transmitiu hoje a possibilidade desse alargamento, depois de ontem termos feito sinal dessa necessidade à Secretaria de Estado do Turismo».

O responsável garante que, no atual cenário, o Algarve «tem boas condições para receber quem nos procura». Ainda assim, alerta João Fernandes, esta «não será uma Páscoa igual ao nível da circulação automóvel».

O presidente da RTA e também da Associação de Turismo do Algarve (ATA) realça que, «habitualmente, o Algarve é muito procurado nesta altura e, naturalmente, os agentes turísticos preparam-se para assegurar os serviços que prestam a quem nos visita».

João Fernandes

Segundo João Fernandes, «estão assegurados todos os cuidados de saúde e segurança aos visitantes e população» e destaca que «foi regularizado o abastecimento de combustível ao Aeroporto de Faro, que está menos condicionado do que Lisboa e Porto, porque a maioria dos voos são de curta distância. Por isso, o que acontece, são alguns atrasos pontuais devido à paragem para abastecimento».

Além disso, acrescenta o responsável, «temos bom tempo previsto a partir de sexta-feira».

Muitos dos turistas que procuram o Algarve nesta altura são portugueses, viajando de carro. Ainda assim, apesar de admitir que este fator poderá ser «uma condicionante num destino de família», João Fernandes acredita que «boa parte já se preparou e, por exemplo, quem vem de Lisboa pode vir e ir só com um depósito de combustível».

Quanto aos problemas que as rent-a-car estão a enfrentar durante esta crise de combustíveis, João Fernandes lembra que «algumas estão a aproveitar a proximidade com Espanha para abastecer viaturas. De qualquer forma, é natural que haja constrangimentos».

Caso os serviços mínimos sejam alargados ao Algarve, a possibilidade é de um abastecimento de combustível de 30%, quando comparado àquilo que seria normal.

Questionado sobre se isso será suficiente para as necessidades da região, numa altura de maior fluxo de turistas, o presidente da RTA e da ATA lembra que, «numa crise como esta, haverá sempre consequências, que poderão não ser graves, mas serão constrangedoras».

«Não há nenhuma área do território sem os seus desafios e particularidades e o Algarve também os terá, a manter-se esta realidade, que não sabemos se, nos próximos tempos, será ultrapassada», conclui.

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