Ministério da Agricultura identifica necessidades hídricas causadas pela seca

Agricultores são chamados a identificar as necessidades hídricas das suas explorações

O ministro da Agricultura está a pedir aos produtores de gado que identifiquem «as necessidades de investimento em captação e transporte de água e aquisição de equipamentos para abeberamento de gado», devido à «provável evolução para uma situação de seca agrometeorológica e hidrológica».

Num despacho publicado na terça-feira, o ministro Capoulas Santos também instruiu as Direções Regionais de Agricultura e Pescas a, «até aos dias 15 e 30 de cada mês, informar sobre a evolução da situação de seca nas respetivas regiões, indicando a caracterização da atual situação e da evolução dos recursos hídricos privados, das pastagens e forragens, culturas permanentes e temporárias».

Estas medidas surgem depois de um mês de Março muito seco e mais quente que o habitual, o que originou «um deficit hídrico significativo no território do Continente», segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

«Durante o mês de março de 2019, com exceção do período entre 5 a 7, não se registaram quantidades significativas de precipitação e, associado a esta ocorrência, registaram-se valores muito baixos de humidade relativa, em especial a partir do dia 15», descreve o IPMA.

A situação agravou-se entre os dias 26 e 28 de Março, período em que se registaram «valores da humidade relativa extremamente baixos, inferiores a 15%, em quase todo o território, incluindo as regiões do litoral Norte e Centro». Por outro lado, intensificou-se o vento de leste «soprando por vezes forte, com rajadas da ordem 60-70 km/h».

Estas condições meteorológicas «favorecem, por si só, uma propagação rápida dos incêndios rurais assim como uma secura rápida dos combustíveis finos que se encontram na camada superficial do solo e que é notório nos valores dos índices de humidade dos combustíveis finos e do índice de propagação inicial do fogo».

«O índice meteorológico de perigo de incêndio florestal, FWI (Fire Weather Index), é um bom indicador da severidade das condições meteorológicas relativamente à intensidade do fogo. A excecionalidade dos valores do FWI para esta altura do ano é evidenciada pelo valor do percentil do FWI, exemplo dia 27 de Março, onde os valores mais elevados se encontram nas regiões do Minho, Douro Litoral, Litoral Centro (onde foram registadas o maior número de ocorrências de incêndios nos últimos dias de Março) e no Algarve», acrescentou o IPMA.

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